A votação na especialidade do diploma que repõe o horário de trabalho semanal de 35 horas na função pública foi esta manhã adiada por uma semana, a pedido do PS, o que foi interpretado pelo ministro do Trabalho, Vieira da Silva, como um sinal de que os deputados "estão a trabalhar".
À margem de um colóquio em Lisboa sobre os "Cem Anos de Políticas Sociais e do Trabalho", o governante disse não ter muitos pormenores sobre esse processo, mas reafirmou que "o compromisso do Governo irá ser cumprido em 2016", mas sem querer precisar se a reposição será feita em julho, como foi anunciado, ou se o adiamento de hoje pode levar também a uma prorrogação da entrada em vigor da lei.
Vieira da Silva voltou a lembrar que o aumento para 40 horas semanais de trabalho, decido pelo governo anterior, não foi uma decisão fundamentada e nem melhorou o desempenho na administração pública.
Também à margem do encontro, o presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse não saber se o adiamento da votação do diploma é um bom ou mau sinal, mas defendeu: "É pelo menos um compasso de espera, do qual admitimos que possam surgir outras ideias".
António Saraiva lembrou que a CIP discorda da redução do horário semanal na função pública, das 40 para as 35 horas, salientando que o país atravessa "um tempo com sérios desafios" e que todos devem "ter uma postura de bom senso para encontrar boas soluções" para os problemas.
"Não entendo por que se discute agora o tema", acrescentou.
A votação na especialidade do diploma das 35 horas estava prevista para hoje, mas o PS propôs um novo adiamento, o segundo, por considerar que o texto ainda pode ser "afinado".
O Governo tem afirmado que a reposição do horário de 35 horas na função pública vai entrar em vigor a 01 de julho.