Uma borboleta como método para salvar a visão?

O inseto em questão protege-se dos seus predadores por um método de camuflagem em que torna as suas asas transparentes. É esta a capacidade que cientistas estão a tentar reproduzir na própria retina.

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Mariana Botelho
04/05/2018 17:30 ‧ 04/05/2018 por Mariana Botelho

Lifestyle

Cegueira

O método de camuflagem da borboleta Chorinea Faunus, originária do Brasil, é muito pouco comum. É graças às pequenas saliências presentes nas suas asas que este inseto consegue tornar-se transparente, impedindo de ser visto pelas presas, como forma de proteção.

Numa tentativa de curar a glaucoma, uma das principais causas da cegueira, engenheiros estão a tentar reproduzir num implante ocular tais saliências presentes nas asas desta espécie de borboleta. A ideia é que as saliências identifiquem a acumulação dos fluidos nos olhos, para de imediato retorcer a situação.

Esta acumulação de fluidos na retina é a causa do aumento de pressão causada nas células nervosas responsáveis pela visão. Quando expostas a uma elevada pressão, as células morrem, o que se traduz em perda de visão.

Quando tal acontece, a visão não pode ser recuperada e por isso importa apostar num método que identifique o problema ainda em fase prematura. Até então, os tratamentos passam pela redução da pressão, contudo, a aplicação do mesmo não é muito objetiva.

Além disso, o conhecer as variações da pressão ocular de cada caso pode ajudar os médicos a criar medicamentos mais específicos a cada caso.

Com o implante, que tem o tamanho de uma semente de sésamo, a pressão é identificada pelo objeto que se ‘dobra’ quando sente a pressão do olho, evitando demasiada pressão. Desta forma, qualquer um pode verificar a sua pressão ocular, com o auxilio da luz do telemóvel, por exemplo, já que a variação do aspeto do implante é visto a olho nu.

Segundo a DGS, estima-se quem uma em cada sete pessoas sejam vítimas de glaucoma, um problema que se começa a manifestar a partir dos 35 anos, sendo que, no caso de cegueira, o problema ocorre aos 40, 50 ou 60 anos. Em Portugal, o problema afeta cerca de 200.000 pessoas.

Segundo os responsáveis pelo o transplante em estudo, o método deverá estar pronto a ser testado em humanos dentro de três anos.

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