Ver televisão é um hábito sedentário que não só sobrepõe-se a comportamentos bem mais saudáveis e ativos como é mais um caso em que o ser humano é exposto a um ecrã – algo que já fazemos no trabalho ou em qualquer momento em que se esteja com o smartphone na mão.
No caso das crianças, cujo cérebro ainda se encontra em desenvolvimento, o caso torna-se ainda mais alarmante já que se associam repercussões no desenvolvimento cognitivo dos mais novos ao hábito de ver televisão por muito tempo. De facto, e embora neurologistas ainda não expliquem ao certo a relação, sabe-se que há relação entre a televisão e problemas como défice de atenção e hiperatividade.
Certos dos aspetos negativos deste hábito sedentário, que é bastante comum na faixa etária mais nova atualmente, a Sociedade Canadense para Fisiologia do Exercício analisou o comportamento infantil de um grupo de crianças (após analisar os dados de um estudo anterior que se focou nos mesmos aspetos). Das conclusões, o grupo de investigadores refere que um máximo de duas horas de televisão, um mínimo de uma hora de exercício físico e entre 9 e 11 horas de sono ineterrupto são os números que completam um ‘dia ideal’ para uma criança.
O trabalho, agora publicado no ‘The Lancet Child & Adolescent Health’ serve para alertar não só para os casos do Canadá e dos Estados Unidos da América como para qualquer outro cuja tendência seja também a de preferir a televisão ao exercício físico. Dos casos analisados (uma amostra de cerca de 5000 crianças) apenas 5% garantia os números referidos como os de um ‘dia ideal’ para uma criança que siga um estilo de vida saudável.
Mais do que duas horas é um período que se associa a pior desenvolvimento cognitivo. Além disso, nestas duas horas máximas de televisão, deve-se preferir programas recreativo e de teor educativo.
Estes dados referem-se a crianças entre os 5 e os 13 anos. Para as mais novas, o período de televisão aconselhado diminui para 40 minutos diários e para crianças com menos de 2 anos, a televisão não deve ser, de todo, uma prática diária.