A poluição do ar provoca inúmeros problemas de saúde e os mais conhecidos são os óbvios: problemas respiratórios e de pele. Mas um estudo realizado por cientistas da Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, indica que o mal pode ser muito pior.
Ratos de laboratório foram expostos ao ar extremamente poluído da capital da China, Pequim (um dos piores do mundo), que muitas vezes atinge 50 vezes o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Consequentemente, o peso dos animais aumentou, desenvolveram pré-diabetes, aumentaram o colesterol e a inflamação de tecidos corporais, de acordo com a revista 'Super Interessante'.
Na experiência, os cientistas bombearam o ar da cidade num espaço fechado, no qual se encontravam algumas fêmeas grávidas. As crias dos roedores nasceram no espaço fechado e continuaram confinadas com as respectivas mães naquela área.
Todas as fêmeas selecionadas para a experiência tinham o mesmo peso, os mesmos níveis de colesterol e a mesma raça, e foram alimentadas com as mesmas quantidades de comida durante todo o estudo. Após 19 dias, os animais que ficaram presos no quarto poluído pesavam mais e apresentavam uma taxa maior de colesterol, comparativamente aos ratos que haviam permanecido num quarto limpo. E apresentaram igualmente maiores dificuldades para transformar açúcar em energia, um indício de diabetes. Registou-se também nas roedoras uma maior inflamação nos tecidos corporais - uma resposta do corpo a um quadro de intoxicação.
E os filhotes seguiam pelo mesmo caminho: os animais que nasceram no quarto poluído eram mais gordos e também apresentavam maior resistência à insulina e mais inflamação dos tecidos do que os do grupo controle. Quanto mais os ratinhos respiravam o ar poluído, menos saudáveis estavam.
Os cientistas ainda não descobriram como a poluição afetou tanto o metabolismo dos animais e referem que será necessário a realização de mais pesquisas.