Risco de queda não se restringe aos idosos, começa aos 50 anos

O risco de queda acontece a partir dos 50 anos e não apenas nos idosos, revela um estudo que concluiu que "mais de 30% da população" acima daquela idade sofreu um acidente no espaço de um ano.

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Lusa
09/02/2017 17:43 ‧ 09/02/2017 por Lusa

Lifestyle

FallSensing

O projeto FallSensing apresenta na sexta-feira, em Coimbra, os resultados do primeiro ano de investigação, que mostra que "o risco de queda acontece logo a partir dos 50 anos e não apenas na população idosa", afirma a Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), em nota enviada hoje à agência Lusa.

"Mais de 30% da população acima dos 50 anos sofreu um acidente no espaço de um ano", concluiu o estudo, no âmbito do qual "investigadores estão a desenvolver um sistema de rastreio de quedas, com a criação de soluções tecnológicas que auxiliam o rastreio do risco de queda e o desenvolvimento de planos de prevenção adaptados ao nível de risco da população".

Financiado pelo programa comunitário 'Portugal 2020' e pelo Fundo de Desenvolvimento Regional da União Europeia, o projeto FallSensing (que resulta de um consórcio entre a ESTeSC, a empresa Sensing Future Technologies e a associação sem fins lucrativos Fraunhofer Portugal) procura "criar soluções tecnológicas que auxiliem o rastreio do risco de queda na população adulta" e "planos de prevenção de quedas, que contribuam para um envelhecimento ativo e saudável".

Os resultados da investigação são apresentados na sexta-feira, na ESTeSC, durante o primeiro Meeting FallSensing 2017, que ali decorre, a partir das 09:30, com a participação de especialistas nacionais e estrangeiros na área da fisioterapia.

O estudo mostra que "a população a partir dos 50 anos evidencia o mesmo risco de queda que a população idosa, revelando a necessidade de uma intervenção preventiva mais precoce", sustenta Anabela Correia Martins, docente da ESTeSC e investigadora principal do projeto.

Os dados existentes "apontam para a mesma percentagem, mas a partir dos 65 anos", refere Anabela Correia Martins, sublinhando a importância das conclusões desta investigação.

Outro dado a reter é que parte da população abrangida pela pesquisa tem uma vida ativa e com atividade profissional, a qual, "à partida", não é considerada população de risco, acrescenta a investigadora.

Quanto ao local onde os acidentes ocorrem, "os dados obtidos confirmam o que já se pensava: é na própria habitação que ocorrem a maioria das quedas", afirma a ESTeSC, adiantando que os locais com mais probabilidades de acidente são escadas, casa de banho e cozinha, enquanto as causas das quedas são "multifatoriais e prendem-se com fatores ambientais, capacidade funcional e fatores pessoais", como, por exemplo, "o medo de cair".

Durante o rastreio, que abrangeu 450 indivíduos, "foi desenvolvida uma plataforma portátil e usados sensores, agregados a um protocolo de rastreio e avaliação do risco, e uma aplicação informática de registo dos dados, que está a ser validada e que vai permitir criar uma base de dados de risco de queda representativa da população portuguesa", refere Anabela Correia Martins.

"O próximo passo é o desenvolvimento de programas de intervenção ajustados ao nível de risco da população", que deverão passar designadamente por exercício físico (para "fortalecimento muscular e equilíbrio"), programas educacionais e "modificações ambientais", adianta a ESTeSC.

O objetivo final do projeto, que termina em outubro de 2018, é que "todos os utilizadores considerados em risco de queda tenham a possibilidade de minimizar este risco e prevenir as quedas".

De acordo com Anabela Correia Martins, as quedas "são um problema muito grave de saúde pública e têm um impacto estrondoso", salientando que elas "são a causa de metade das hospitalizações na população idosa".

 

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