A agência estatal Anadolu referiu que 72 pessoas, incluindo um tenente-coronel, foram consideradas culpadas de "tentativa de alteração da ordem constitucional" e condenadas a penas de prisão perpétua.
Em paralelo, outros 27 acusados receberam sentenças superiores a 15 anos de prisão por "cumplicidade por tentativa de alteração da ordem constitucional", de acordo com o veredicto que ocorre a três dias da comemoração do segundo aniversário do golpe de 15 para 16 de julho.
Este julgamento insere-se nas centenas de processos judiciais que decorrem por todo o país após a tentativa de golpe de Estado militar que pretendia depor o Presidente, Recep Tayyip Erdogan.
Os factos hoje julgados referem-se a um dos principais episódios do golpe de força e que decorreu no tabuleiro de uma das três pontes que atravessam o estreito do Bósforo, em Istambul.
Na noite de 15 para 16 de julho, dezenas de militares apoiados por tanques assumiram o controlo da ponte do Bósforo durante algumas horas, e dispararam sobre os civis que se dirigiam em sua direção numa ação de protesto.
A rendição destes soldados no início da manhã de 16 de julho assinalou o falhanço do golpe.
Segundo a ata de acusação, 32 civis e dois polícias que se opuseram aos golpistas foram mortos nessa ponte, depois rebatizada "Ponte dos mártires do 15 de julho".
Ancara atribui a tentativa de golpe ao predicador Fetullah Gülen, autoexilado nos Estados Unidos desde 1999 e que tem negado qualquer envolvimento.
As autoridades turcas desencadearam purgas sem precedentes dirigidas aos presumíveis colaboradores e seguidores de Gülen, em particular no funcionalismo público, mas que também se estenderam aos setores da oposição de esquerda e pró-curda, e a jornalistas críticos.
Desde o golpe de Estado fracassado já foram detidas cerca de 77.000 pessoas e 150.000 despedidas ou suspensas.