Julen foi encontrado sem vida pouco depois da meia-noite

Por volta das 1h25 (00h25 em Lisboa) deste sábado, a equipa de resgate alcançou o poço onde estava Julen e pode confirmar o óbito.

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Anabela de Sousa Dantas
26/01/2019 01:29 ‧ 26/01/2019 por Anabela de Sousa Dantas

Mundo

Espanha

Depois de mais de 300 horas de trabalho ininterrupto, e da atenção de todo o país, o pior foi confirmado: o pequeno Julen foi encontrado sem vida. 

Às 1h25 (00h25 em Lisboa) desta madrugada de sábado, dia 26, as equipas de resgate conseguiram chegar ao poço onde estava o menino e localizaram o corpo.

Os pais foram imediatamente informados e só depois foi divulgada a informação aos meios de comunicação presentes no local.

A informação foi também já confirmada pelo delegado do Governo andaluz.

Depois de informada a família, foi acionada uma comissão judicial para proceder ao levantamento do cadáver do menino. Terminado o trabalho por parte dos mineiros e das equipas de emergência no local, o corpo da criança será recolhido por esta comissão, como é protocolo, para ser submetido a autópsia.

"Não era este o resultado que queríamos"

Alfonso Rodríguez Gómez de Celis, representante do governo de Andaluzia, deu, na manhã deste sábado, uma conferência de imprensa na qual agradeceu o profissionalismo de todos os profissionais que estiveram empenhados nas operações de resgate que, frisou o responsável, foram levadas a cabo com “urgência, mas também com toda a delicadeza”.

Lamento tudo o que aconteceu. Não era este o resultado que queríamos”, disse Alfonso Rodríguez Gómez de Celis, ressalvando que agora é preciso “estar perto destes pais, desta família”.

Alguns meios de comunicação, como o El País, reportam que a comunidade local acorreu à casa onde se encontram os pais do menino de dois anos, que caiu num poço em Totalán, no passado dia 13 de janeiro. Uma mostra de solidariedade que encontra eco também nas redes sociais, com centenas de homenagens ao pequeno Julen.

Victoria García e José Roselló estão numa casa que lhes foi cedida temporariamente depois do desaparecimento do filho, localizada próximo do local onde caiu.

O Ministério do Interior espanhol reagiu à notícia também através das redes sociais com um curto comunicado, manifestando pesar e agradecendo o esforço das autoridades. "Os nossos pêsames e condolências à família e o nosso reconhecimento aos esforços da Guardia Civil, dos mineiros e toda a equipa de emergência", termina a tutela.

As operações de resgate duravam desde o dia 13 de janeiro, data em que a criança de dois anos caiu no poço. Desde então assistiu-se a uma luta contra o tempo, que foi esmorecendo a esperança mas nunca a vitalidade e vontade do dispositivo de centenas de pessoas, contornando obstáculos de orografia e geologia, durante mais de 300 horas de trabalho. 

Por volta da meia-noite (23h00 em Lisboa), os oito mineiros encarregues de escavar os quase quatro metros da túnel horizontal levavam já 33 horas a trabalhar de forma ininterrupta, para poder chegar ao poço onde está Julen.

A dureza do solo (rocha de ardósia e mineral de quartzo) que encontraram ao longo daqueles quase quatro metros obrigou a quatro microexplosões, ou seja, detonações de grande precisão para destruir massa rochosa sem causar a cedência acidental do terreno envolvente. Uma dessas explosões controladas, a última, atrasou a fase final da operação, que deveria ter terminado durante esta sexta-feira.

O pai de Julen chegou a ser observado por uma equipa médica, tendo sofrido uma crise de ansiedade nas últimas horas do resgate. Recorde-se que o casal perdeu um filho (Oliver) em 2017, devido a um problema cardíaco.

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