"Fui instruído para preparar o caminho para que a Indonésia se torne membro observador da CPLP", disse Ibnu Wahyutomo, adiantando que se encontrou com o secretário-executivo da organização, Francisco Ribeiro Telles, para dar início ao processo.
O diplomata indonésio em Portugal defendeu a importância desta adesão à comunidade lusófona para o reforço da cooperação trilateral do país com Portugal e Timor-Leste.
"Quando aderirmos à CPLP, mesmo que seja como observador, será muito mais fácil ter o apoio dos outros países da comunidade, especialmente junto de outras organizações internacionais. Será benéfico para a Indonésia", considerou.
Ibnu Wahyutomo, que está em Portugal há cerca de um ano, falava à agência Lusa a propósito da passagem dos 20 anos sobre o retomar das relações diplomáticas entre Portugal e a Indonésia no âmbito do processo que levou à realização do referendo sobre a autodeterminação de Timor-Leste.
O embaixador da Indonésia sublinhou igualmente a importância de Portugal como parceiro diplomático.
"Vemos Portugal como um dos países importantes com o qual temos de relacionar-nos no âmbito de uma ideia de cooperação trilateral Portugal, Timor-Leste e Indonésia, mas também por causa da sua pertença à União Europeia", disse.
Depois de 24 anos de relações cortadas devido à questão de Timor-Leste, Portugal abriu uma secção de interesses em Jacarta, em 1999, tendo simultaneamente sido aberta uma representação congénere indonésia em Portugal.
Criada há 22 anos, a CPLP tem atualmente nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A organização tem 19 observadores associados: Hungria, República Checa, Eslováquia, Uruguai, ilha Maurícia, Namíbia, Senegal, Turquia, Japão, Geórgia, Luxemburgo, Andorra, Reino Unido, Argentina, Sérvia, Chile, França, Itália e Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI).