"O que foi apresentado como provas de responsabilidade da Rússia, não nos convence absolutamente. Acreditamos que não há provas", disse Putin à comunicação social, no final de uma sessão anual transmitida pela televisão durante a qual o chefe de Estado responde a perguntas do público russo.
Uma equipa internacional liderada pela Holanda, que investigou a queda do voo MH17 em julho de 2014 no leste da Ucrânia com 298 pessoas a bordo, anunciou na quarta-feira a identificação de quatro suspeitos: três russos (Sergei Doubinski, Igor Guirkine e Oleg Poulatov) e um ucraniano (Leonid Khartchenko).
O Boeing 777 da Malaysia Airlines despenhou-se a 17 de julho de 2014 quando sobrevoava um território controlado por separatistas pró-russos no leste ucraniano, cenário de um conflito armado.
As 298 pessoas a bordo do avião que fazia a ligação Amesterdão - Kuala Lumpur - maioritariamente holandeses - morreram.
Os quatro suspeitos vão ser julgados em março de 2020 na Holanda, país que responsabiliza a Rússia pela participação na destruição do avião.
Neste inquérito, "existem muitas perguntas, mas não há respostas. Tal abordagem da investigação não nos convence", prosseguiu Putin, lançando duas questões: "Quem autorizou um voo por cima de uma zona de combate? Foi a Rússia?".
Na quarta-feira, a diplomacia russa já tinha lamentado as conclusões apresentadas pela investigação internacional, denunciando tratar-se de acusações "gratuitas" que visam "desacreditar" a Rússia perante a comunidade internacional.
Segundo a Comissão Internacional de Investigação, que também integrou investigadores da Austrália, Bélgica, Malásia e Ucrânia, o aparelho da Malaysia Airlines foi abatido por um míssil proveniente da 53.ª brigada antiaérea russa, baseada em Kursk (oeste da Rússia).