Hrant Dink, então com 52 anos, foi morto com duas balas em plena rua e frente à sede do jornal Agos, que dirigia, em 19 de janeiro de 2017. A foto do seu corpo sem vida, coberto com um lençol branco, teve um profundo impacto na Turquia.
O autor dos disparos, Ogun Samast, com 17 anos quando concretizou o atentado, confessou o crime e foi condenado a 23 anos de prisão em 2011. No entanto, a identidade dos eventuais promotores desta ação continua a suscitar forte polémica.
Na quarta-feira, a sua pena foi agravada em dois anos e meio, por "participação numa organização criminal", segundo os media.
Entre os restantes suspeitos inclui-se Erhan Tuncel, condenado a 99 anos de prisão pelo seu envolvimento na morte e por outros crimes de que foi reconhecido culpado, segundo a mesma fonte.
Quatro outros acusados foram sujeitos a penas de entre um e 16 anos de prisão, e duas pessoas foram absolvidas.
Hrant Dink tornou-se conhecido ao fundar o Agos, um jornal em língua turca e arménia, que abordava temas considerados tabus na Turquia.
O jornalista era alvo de constantes ataques verbais e ameaças pelos setores nacionalistas turcos, em particular por ter qualificado de genocídio os massacres das populações arménias da Turquia no decurso da Primeira Guerra Mundial e na fase final do Império otomano. Ancara continua a rejeitar o reconhecimento de qualquer genocídio.