"O serviço público deve ser sempre reconhecido. Ser um deputado, um ministro ou um primeiro ministro é uma honra que traz consigo uma enorme responsabilidade e enormes pressões", reconheceu Corbyn.
No entanto, o líder do partido Trabalhista também criticou Theresa May por ter delineado "linhas vermelhas que impediram qualquer acordo de consenso sensato" para o 'Brexit', questionando-a sobre se acredita que Boris Johnson será capaz de desbloquear o impasse.
"Eu trabalhei incansavelmente para conseguir um bom acordo para o Reino Unido e também trabalhei duro para fazer passar esse acordo através deste parlamento. Eu votei a favor do acordo. Ele [Corbyn] votou contra um acordo e tornou uma saída sem acordo mais provável", replicou a ainda primeira-ministra.
May disse ainda que Corbyn "devia ter vergonha" por ter recusado um entendimento durante as negociações entre o governo e o partido, e, apesar de ter reconhecido a dedicação do rival aos seus eleitores, desafiou-o a reconhecer o descontentamento dentro do partido Trabalhista.
"Enquanto uma líder partidária que reconheceu que o seu tempo acabou, talvez seja a hora de ele fazer o mesmo", concluiu.
A primeira-ministra vai esta tarde apresentar a demissão à rainha Isabel II, desencadeando o processo para o novo líder do partido Conservador, Boris Johnson, eleito na terça-feira, ser indigitado primeiro-ministro.
O novo chefe do Governo será em seguida conduzido para a residência oficial, em Downing Street, onde fará uma declaração antes de começar a formar o governo.
Theresa May esteve em funções durante três anos, sucedendo a David Cameron, que se demitiu na sequência do referendo que ditou o Brexit, em 2016.
Porém, decidiu afastar-se perante a dificuldade em completar o processo de saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
"É e será sempre motivo de profundo desgosto para mim não ter sido capaz de implementar o 'Brexit'. Caberá ao meu sucessor encontrar um caminho que honre o resultado do referendo", disse a 24 de maio, quando anunciou a demissão.