A delegação norueguesa encontrou-se na quarta-feira com o líder opositor e presidente do parlamento, Juan Guaidó.
À saída da reunião, Juan Guaidó disse aos jornalistas que a oposição vai "participar em qualquer espaço que aproxime uma solução real ao conflito (crise)" que afeta o país.
Segundo Guaidó, a oposição ratificou os seus objetivos, que passam pelo "cessar da usurpação" da Presidência da República, uma vez que a oposição não reconhece as últimas eleições presidenciais antecipadas, e a criação de "um governo de transição e eleições livres" no país.
Ainda não há data para as negociações serem retomadas que foram suspensas em 07 de agosto último pelo Governo venezuelano, uma decisão que a oposição diz ter a ver com o "medo de uma mudança".
As negociações decorriam em Barbados, com a mediação do Governo da Noruega.
A suspensão do diálogo teve lugar depois de os EUA congelarem todos os ativos do Governo venezuelano em território norte-americano, uma decisão que Caracas atribui "à grave, brutal e contínua agressão" da administração norte-americana, liderada por Donald Trump, contra o país.
Caracas questionou "o bloqueio ilegal das atividades económicas, comerciais e financeiras", e anunciou que não retomaria as negociações enquanto não fossem levantadas as sanções e o bloqueio norte-americano contra a Venezuela.
Por outro lado, convocou os venezuelanos para recolherem assinaturas condenando o embargo norte-americano e anunciou que denunciará a situação perante a Organização das Nações Unidas, estimando enviar 13 milhões de assinaturas ao secretário-geral daquele organismo, o português António Guterres.
A crise política, económica e social venezuelana agravou em finais de janeiro último, depois de o presidente do parlamento (onde a oposição detém a maioria), Juan Guaidó, jurar assumir as funções de presidente interino do país.
Mais de quatro milhões de venezuelanos abandonaram o país, desde 2015, para fugirem à crise.