As redes de transportes na Catalunha foram as infraestruturas mais afetada pelos grupos mais violentos de separatistas que desde segunda-feira seguem as instruções de uma organização desconhecida até agora e autodenominada "Tsunami democrático".
Várias estradas foram cortadas hoje durante o dia, nomeadamente a conhecida autoestrada AP-7 que liga Barcelona a França, e linhas do sistema de caminhos-de-ferro também foram afetados por militantes radicais.
Segundo as forças de ordem, três pessoas foram detidas e mais de 170 receberam cuidados médicos, incluindo 40 polícias e uma pessoa que perdeu um olho, durante os confrontos entre os manifestantes e a polícia na noite de segunda-feira e madrugada de hoje no aeroporto internacional de Barcelona.
O ministro do Interior (Administração Pública) espanhol, Fernando Grande-Marlaska, revelou que o misterioso "Tsunami democrático" estava a ser investigado e estão previstas para hoje ao fim do dia mais movimentos de protesto.
O presidente independentista do Governo regional catalão, Quim Torra, continuou hoje a alimentar os movimentos de contestação, assegurando que não irá "desfalecer nunca" no exercício do direito à autodeterminação da Catalunha.
"Nunca iremos desfalecer no exercício do direito à autodeterminação", prometeu Quim Torra num discurso durante a cerimónia no cemitério de Montjuic, em Barcelona, em memória do ex-presidente do executivo catalão Lluís Companys, fuzilado pelo regime franquista há 79 anos, em 1940.
Na segunda-feira, o Tribunal Supremo espanhol condenou os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão, no caso do ex-vice-presidente do governo catalão.
Ao todo eram 12 os separatistas que aguardavam a leitura da sentença pelo seu envolvimento nos acontecimentos que levaram ao referendo ilegal sobre a autodeterminação da Catalunha realizado em 01 de outubro de 2017 e à declaração de independência feita no final do mesmo mês.
Nove deles já estavam presos preventivamente, enquanto o ex-presidente do executivo regional Charles Puigdemont faz parte de um grupo de separatistas que continuam no estrangeiro e que não foram julgados.