Segundo o diretor do hospital Ayres de Menezes, na capital são-tomense, a vítima mortal é um "adolescente entre os 15 e os 17 anos". Os manifestantes atribuem a morte do jovem à polícia.
Cerca de 400 pessoas manifestaram-se hoje em São Tomé, junto ao Palácio dos Congressos -- onde funciona a Assembleia Nacional - para exigir o regresso ao país de um pastor da IURD, detido em setembro na Costa do Marfim, e deslocaram-se até à sede da igreja, que invadiram.
"Queremos o nosso pastor" e "o povo deu, o povo tirou", gritavam os manifestantes, que queimaram viaturas e pneus e atiraram pedras contra o edifício e contra a polícia, que respondeu com gás lacrimogéneo e tiros para o ar.
Ao início da noite, os protestos prosseguiam nas ruas da capital.
A estrada principal que liga São Tomé ao sul da ilha foi cortada pela polícia.
Durante o dia, pelo menos sete instalações da IURD foram vandalizadas, nas localidades de Boa Morte, Bobo Forro, Trindade, Água Bobô e Praia Melão, além da sede em São Tomé.
O presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, recebeu hoje um deputado federal brasileiro.
O parlamento são-tomense tem estado a realizar audições sobre a prisão do pastor, tendo convocado o bispo da IURD, que já foi ouvido na Assembleia Nacional, na semana passada, e está convocado uma nova audição esta quinta-feira.
O primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, deverá fazer uma comunicação ao país ainda hoje.
Uidimilo Veloso, pastor da IURD há 14 anos na Costa do Marfim, foi preso por denúncias de alegada difamação e calúnias na rede social Facebook contra a igreja. A sua mulher, grávida, foi deportada para São Tomé e o pastor estará detido na Costa do Marfim, por acusação apresentadas pela Igreja.
Na quarta-feira passada, o parlamento de São Tomé deu o prazo de oito dias ao bispo da IURD em São Tomé, Ranger da Silva, para fazer regressar o cidadão ao país.