A greve foi convocada foi oito federações de professores e tem lugar depois de no dia 10 de outubro estes profissionais terem paralisado as atividades durante 24 horas, estando agora a ponderar agendar um novo protesto de 72 horas de duração.
Segundo o presidente do Sindicato Venezuelano de Professores do Distrito Capital, Edgar Machado, a greve está a ter uma adesão de 80% das 543 escolas filiadas, um número que aumenta devido "à violação dos contratos coletivos, à deterioração das instituições (escolas) e à falta do Programa de Alimentação Estudantil.
"Há umas semanas o regime disse que tinha dinheiro para fazer 100 escolas, mas as que estão construídas estão a cair, as casas de banho das escolas não funcionam, não há água e o Ministério de Educação não envia nem produtos de limpeza", explicou aos jornalistas Edgar Machado.
Os professores queixam-se de que ganham menos de dois dólares mensais (1,80 euros), o que não paga nem o autocarro, e que o ministério apenas envia para as escolas arroz, açúcar e leite, não permitindo alimentar os alunos, num país onde os pais têm dificuldades para garantir a alimentação das crianças.
"Essa é a alimentação que estão a dar aos alunos e os professores não têm acesso nem a um copo com 'chicha' [bebida venezuelana feita à base de arroz e leite de vaca, com um pouco de canela], porque está proibido pelo Ministério de Educação", declarou Edgar Machado.
Desde 16 de setembro, a propósito do início das aulas, que os professores venezuelanos têm convocado várias manifestações para exigir melhores salários e condições de trabalho, pedindo igualmente atenção para as infraestruturas educativas.
Naquele dia fizeram uma manifestação junto do Ministério de Educação, que terminou depois de "coletivos" (motociclistas armados afetos ao regime) atemorizarem os manifestantes, disparando tiros para o ar.
De acordo com os sindicatos do setor, mais de 172.000 professores abandonaram a Venezuela, em 2018, para escapar da crise política, económica e social que afeta o país e que já provocou o êxodo de mais de quatro milhões de cidadãos nos últimos cinco anos.