"A epidemia está mesmo sob controlo. Conseguimos estabilizar a doença", afirmou o secretário técnico do Comité Multissetorial de Resposta ao Ébola (CMRE), Jean Jacques Muyembe, citado pela agência espanhola Efe.
Ainda assim, o responsável admitiu que continuam "muito vigilantes, porque se trata de uma epidemia", acrescentando que o objetivo é "chegar aos zero casos".
De acordo com o mais recente relatório do CMRE, com dados referentes a 29 de outubro, morreram 2.182 pessoas, das quais 2.065 foram confirmadas em laboratório, desde 01 de agosto de 2018, quando o surto foi declarado pelo então ministro da Saúde da RDCongo, Oly Ilunga.
O mesmo boletim refere que o número de casos se situa em 3.269, dos quais 3.152 confirmados em laboratório, e que 1.048 pacientes foram curados.
Nas últimas semanas, as equipas de apoio sanitário no terreno verificaram uma redução do número de casos semanais, que passaram de 100, em julho, para 20.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) decidiu, no dia 18 deste mês, manter o estado de emergência internacional devido à epidemia de Ébola na RDCongo por, pelo menos, mais três meses.
"O risco de contágio na RDCongo e nos países vizinhos continua muito elevado e continuamos a ter problemas de financiamento para a resposta", alertou então o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Desde o início da vacinação, em 08 de agosto de 2018, mais de 245.000 pessoas foram vacinadas, refere o mesmo boletim da CEMR.
Ainda assim, o controlo da epidemia tem enfrentado várias dificuldades.
Além de focos de Ébola em zonas de conflito e em zonas ocupadas por grupos armados, há também uma forte recusa da população em receber tratamento.
Esta epidemia é a segunda mais mortífera de Ébola de que há registo, sendo apenas ultrapassada pela que atingiu a África Ocidental entre 2014 e 2016 e que matou mais de 11.300 pessoas.
O Ébola transmite-se pelo contacto com fluidos corporais infetados e a rapidez do tratamento é determinante para as possibilidades de sobrevivência, sendo que a sua taxa de mortalidade alcança os 90%, caso não seja tratado a tempo.