"A partir de amanhã [quarta-feira], começaremos a injetar gás [de urânio, Ed] na central Fordo", afirmou Hassan Rohani, num discurso transmitido pela televisão estatal.
O Irão retomará assim as atividades de enriquecimento de urânio na sua fábrica de Fordo (cerca de 180 km ao sul de Teerão), congelada desde a entrada em vigor do acordo nuclear internacional alcançado em Viena em 2015.
Este é o quarto passo, desde maio, do plano de Teerão em reduzir os compromissos nucleares em resposta à retirada dos Estados Unidos, um ano antes, do acordo de Viena, disse Rohani.
Na segunda-feira, dia em que o Irão assinalou o 40.º aniversário da invasão da embaixada dos Estados Unidos em Teerão com protestos antiamericanos em muitas cidades do país, o dirigente do programa nuclear do Irão anunciou que o país começou a operar 60 centrifugadoras avançadas IR-6 para produzir urânio.
Ali Akbar Salehi disse ainda que o Irão produz a partir de agora cinco quilogramas de urânio enriquecido por dia, dez vezes mais do que há dois meses.
Segundo o responsável, o Irão opera atualmente o dobro das centrifugadoras avançadas relativamente ao que o país assumia ter.
Uma centrifugadora IR-6 consegue produzir urânio 10 vezes mais depressa do que a primeira geração desta tecnologia (as IR-1), as únicas permitidas pelo acordo do nuclear.
Ao utilizar estas centrifugadoras avançadas, o Irão reduziu ainda mais o prazo estimado pelos especialistas para Teerão construir uma arma nuclear, que era de um ano.