No seu relatório sobre tendências do tabagismo 2000-2025, a OMS assinala um "progresso evidente nas taxas de uso do tabaco", evidenciado no número de homens que fuma, que começou a descer em 2018 pela primeira vez.
No ano 2000, havia 1.397 milhões de pessoas a consumir tabaco e 1.351 milhões em 2015, prevendo-se que o número desça para 1.299 milhões em 2025.
O número de homens utilizadores de tabaco a nível mundial aumentou anualmente entre 2000 e 2018, ano em que atingiu 1.093 milhões, estimando-se que desça para 1.091 milhões em 2020 e 1.087 milhões em 2025, "desde que os países mantenham os esforços atuais para controlar o tabaco".
Quanto às mulheres, cerca de 100 milhões terão deixado o tabaco entre 2000 e 2018, descendo anualmente até atingir 244 milhões em 2018, número que deverá cair ainda mais para 212 milhões em 2025.
Entre os tabagistas, a nível global, 1.071 milhões fumam cigarros, contando-se 915 milhões de homens e 156 milhões de mulheres.
A OMS recomenda a todos os países que façam "esforços adicionais" para agir com base nas evidências científicas, "incluindo monitorização mais eficaz para "reverter a epidemia do tabaco".
"Cada dia que passa resulta para milhões de pessoas no risco de morte prematura e incapacidade devido ao tabaco", assinala a organização.
A OMS nota a "persistência da indústria do tabaco" em tentar afrontar os esforços para controlar o tabaco e recomenda aos estados que mantenham a vigilância para ver se as políticas que definem estão a ser aplicadas.
"Senão, os progressos podem facilmente voltar para trás", nota a OMS, que defende que é preciso estudar as tendências do tabagismo a cada cinco anos para "perceber os padrões" e dar-lhes resposta adequada.
Cerca de oito milhões de pessoas morrem todos os anos por causa de uma doença relacionada com o tabagismo em 2017, um número que "se espera que venha a aumentar mesmo com a descida das taxas de uso porque as doenças provocadas pelo tabaco demoram a aparecer".
Em relação a Portugal, a OMS regista que em 2018 havia uma prevalência de uso de 27,9 por cento (33.3% entre os homens, 32,4% entre as mulheres).
Dois milhões de portugueses consumiam tabaco nesse ano, contando-se 1,2 milhões de homens e 779.000 mulheres.
"Todos os produtos devem ser monitorizados, incluindo produtos não-tabágicos que contenham nicotina, tais como cigarros sem fumo e vaporizadores", defende a OMS, assinalando que as despesas de saúde associadas ao consumo de tabaco atingem "1,4 biliões de dólares anualmente".
Suportar os custos dos tratamentos das doenças associadas ao tabaco é um fator que aumenta os números da pobreza, assinala a OMS.
Como os homens são o principal problema, a organização recomenda ainda que a "dimensão de género" tem que estar na mira de quem define as políticas.