Irão disparou mísseis contra base com soldados dos EUA no Iraque

Terão sido disparados dezenas de rockets que atingiram duas bases iraquianas utilizadas pelo exército norte-americano. Pentágono confirmou ataque e está a fazer uma "avaliação dos danos".

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© REUTERS/Mehr News Agency/Rauf Mohseni

Fábio Nunes
07/01/2020 23:35 ‧ 07/01/2020 por Fábio Nunes

Mundo

Tensão EUA/Irão

A prometida retaliação do Irão contra os Estados Unidos começou. A Guarda Revolucionária disparou dez mísseis que atingiram a base de Ain al-Assad, situada perto da cidade de al-Baghdadi, no Iraque. Esta base, para além de soldados iraquianos, alberga ainda forças norte-americanas.

Qatri al-Obeidi, um dos comandantes sunitas das Forças Paramilitares destacadas naquela zona, confirmou à CNN o ataque com mísseis terra-terra. Havia ainda relatos de explosões na cidade de Arbil, no norte do Iraque. 

A televisão estatal iraniana está a descrever este ataque como a operação de vingança pela morte do general Qasem Soleimani na passada sexta-feira. A operação tem o nome de 'Mártir Soleimani'. 

O presidente norte-americano Donald Trump já foi informado do ataque à base de Ain al-Assad, confirmou a porta-voz da Casa Branca Stephanie Grisham.  

Pouco depois, o Pentágono confirmou que "mais de uma dezena de mísseis" iranianos foram disparados contra duas bases em Ain al-Assad e Arbil, no Iraque, utilizadas pelo exército norte-americano. De acordo com o comunicado emitido pela Defesa norte-americana, citado pela agência France-Presse, "mais de uma dúzia de mísseis" atingiram duas bases iraquianas utilizadas pelo exército dos Estados Unidos da América.

O Departamento de Defesa garantiu ainda que está a ser feita uma "avaliação preliminar dos danos" causados pelo ataque e a planear "a resposta".

As tropas norte-americanas foram destacadas pela primeira vez para a base área de Ain al-Assad em 2003 durante a invasão do Iraque. 

O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, capital do Iraque, ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Na sequência do ataque, os Guardas da Revolução iraniana avisaram os Estados Unidos da América e aliados regionais contra qualquer retaliação, através de uma declaração divulgada pela agência oficial iraniana IRNA.

Uma "bofetada na cara" dos EUA, reage Ayatollah Khamenei 

O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei fez um discurso esta quarta-feira, já após o Irão ter lançado mais de uma dezena de mísseis contra duas bases em Ain Assad e Arbil, no Iraque, utilizadas pelo exército norte-americano, como forma de retaliação na sequência do ataque de que resultou a morte do general iraniano Qassem Soleimani.

Khamenei refere, citado pelo Guardian, que os ataques foram "uma bofetada na cara" dos Estados Unidos, mas que "não é equivalente ao que eles fizeram". "A retaliação, estas ações militares não compensam. O que é importante é terminar a presença norte-americana", acrescentou.

Ainda no discurso, o ayatollah, rodeado por cânticos da multidão de "morte à América", disse que o martírio de Qassem Soleimani "mostra que a nossa revolução está viva".

A televisão estatal iraniana referiu que esta operação militar foi designada 'Mártir Soleimani' e indicou ainda que a divisão aeroespacial dos Guardas da Revolução, que controla o programa de mísseis iranianos, desencadeou o ataque.

"Está tudo bem!", diz Tump

O Pentágono já confirmou os ataques e Donald Trump garantiu no Twitter que "está tudo bem", prometendo uma reação oficial para esta quarta-feira.

"Está tudo bem! Mísseis lançados do Irão para duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação das vítimas e danos materiais está em curso. Até agora, está tudo bem", escreveu o Presidente dos Estados Unidos às 21h45 locais (02h45 de hoje em Lisboa).

[Notícia atualizada às 09h59 de dia 08/01/2020]

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