Os manifestantes gritaram "EUA! EUA!", muitos deles com camuflados de caça, dizendo querer denunciar projetos de lei que restringem o acesso às armas, apresentados no congresso estadual por políticos do Partido Democrata, que estão no poder neste estado norte-americano.
O governador democrata da Virgínia, Ralph Northam, decretou estado de emergência para o local da manifestação, que vigora desde sexta feira e mantém-se até terça-feira, proibindo o porte de armas de fogo e de objetos perigosos, temendo as consequências de tumultos.
A sede do governo local foi colocada sob vigilância apertada, com um forte dispositivo policial.
"As armas salvam vidas", lia-se num dos cartazes empunhados por manifestantes, que chegaram cedo ao local do protesto, num dia frio de inverno.
"Nas últimas décadas, os políticos tentaram aprovar leis que dificultam a compra de armas de fogo por cidadãos cumpridores da lei. É nosso direito constitucional, que deus nos deu, andarmos armados", disse um morador de Richmond, uma geralmente pacata cidade, capital do estado de Virgínia.
Vários movimentos de extrema-direita anunciaram a sua participação neste "dia de lóbi", organizado pela Liga de Defesa para Cidadãos da Virgínia.
A Liga denuncia o que considera um golpe na segunda emenda da Constituição, que garante o direito de posse e porte de armas.
Na verdade, este artigo constitucional é objeto de interpretações divergentes e o Supremo Tribunal de Justiça dos Estados Unidos limitou esse direito ao domicílio, deixando aos governos estaduais e locais a regulação da legislação.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, um republicano, tem sido um grande defensor do lóbi pró-armas, apoiando os manifestantes de Richmond.
"O Partido Democrata da Virgínia esta a fazer tudo para vos privar dos vossos direitos previstos na segunda emenda. Isto é apenas o começo. Certifiquem-se de que isso não acontecerá, votando no Partido Republicano em 2020!", escreveu hoje o Presidente na sua conta pessoal da rede social Twitter.
O estado da Virgínia passou recentemente para as mãos dos democratas, que prometeram maior controlo para a venda de armas, especialmente depois de um caso de massacre, em Virginia Beach, onde morreram 12 pessoas num tiroteio.
Os democratas querem, por exemplo, permitir aos tribunais proibirem a posse de armas a pessoas consideradas perigosas pela justiça e introduzir um plano para proibir a venda de armas semiautomáticas.
Mais de 38.000 pessoas morreram nos Estados Unidos em incidentes relacionados com armas de fogo em 2019, segundo dados divulgados recentemente pela organização Gun Violence Archive (GVA), grupo que documenta incidentes com armas em todo o país.
Estima-se que nos Estados Unidos da América, um país com 327,1 milhões de habitantes, existam entre 200 milhões e 350 milhões de armas de fogo nas mãos de civis, mas os números são vagos porque não há censo nacional, documentação federal ou outros estudos sobre essas armas.