Quatro pessoas na Escócia, três de Edimburgo e uma de Glasgow, estão a ser avaliadas por suspeita de infeção pelo coronavírus depois de terem regressado de Wuhan, na China.
Revela o Guardian, esta quinta-feira, que a informação foi avançada por Jürgen Haas, responsável pelo departamento do medicamento e infeções da Universidade de Edimburgo. Para o professor universitário, haverá muitos outros casos noutras cidades no Reino Unido.
Importa sublinhar que, até ao momento, não há ainda confirmação de que estas pessoas tenham efetivamente contraído o vírus. Sabe-se que viajaram para a Escócia a partir de Wuhan, onde se acredita que o surto tenha tido origem, e apresentam problemas respiratórios - um sinal que deixou as equipas médicas em alerta.
Estes casos, como acrescentou Jürgen Haas, surgiram de forma inesperada, "da noite para o dia". Para o responsável, "a situação será bastante semelhante em praticamente todas as cidades do Reino Unido com um grande número de estudantes chineses. Não é tão surpreendente. A minha suspeita é que, provavelmente, haverá muito mais casos em muitas outras cidades do Reino Unido".
Esta quinta-feira, refira-se, Matt Hancock, secretário de Estado de Saúde do Reino Unido, revelou que havia uma grande probabilidade de o coronavírus chegar ao Reino Unido. Mas, de acordo com o governante, as autoridades estão bem preparadas e permanecem vigilantes.
Até ao momento, cerca de 600 pessoas foram infetadas, essencialmente no território chinês, e 17 morreram, todas em Wuhan ou na sua província, Hubei. Arábia Saudita, Coreia do Sul, EUA, Japão, Singapura, Taiwan, Tailândia, Vietname e regiões administrativas especiais chinesas são os locais onde as autoridades já identificaram pacientes com resultado positivo ao teste do coronavírus.
De salientar que o vírus foi inicialmente detetado no mês passado num mercado de mariscos nos subúrbios de Wuhan, a capital da província de Hubei, que é também um importante centro de transporte doméstico e internacional, mas alastrou-se, entretanto, a várias províncias chinesas.
A doença foi identificada como um novo tipo de coronavírus, semelhante à pneumonia atípica, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou 650 pessoas na China continental e em Hong Kong.
Inicialmente as autoridades chinesas reportaram apenas 41 pacientes, todos em Wuhan, e descartaram que a doença fosse transmissível entre seres humanos, mas o número de infetados aumentou rapidamente esta semana e atingiu hoje os 571, distribuídos por 25 províncias chinesas, e matou 17 pessoas.