"Com a Rússia, nós concluímos acordos (...). Se a Rússia respeitar esses acordos, nós faremos o mesmo. Infelizmente, atualmente, a Rússia não está a respeitar esses acordos", disse Erdogan, citado pela agência de imprensa estatal Anadolu.
Essa rara crítica de Erdogan contra a Rússia ocorre após a captura de Maaret al-Noomane pelo regime de Bashar al-Assad, sendo esta uma cidade estratégica na última província rebelde da Síria, Idlib, após semanas de bombardeamentos.
A escalada da violência levou dezenas de milhares de sírios a deslocaram-se para a fronteira com a Turquia e Ancara teme um novo fluxo de refugiados no seu território.
"As nossas autoridades competentes discutem com os seus homólogos russos e dizem: 'parem com os bombardeamentos em Idlib. Se o fizer, melhor. Se não, a nossa paciência esgotar-se-á. A partir de agora, faremos o que for necessário'", declarou Erdogan.
Após uma grave crise diplomática em 2015, a Turquia, que apoia os grupos rebeldes, e a Rússia, que apoia Al-Assad, começaram a cooperar estreitamente na questão síria em 2016.
Erdogan e o seu homólogo russo Vladimir Putin assinaram vários acordos destinados a reduzir a violência e criar condições para um processo político, a fim de resolver um conflito que matou mais de 380.000 pessoas desde 2011.
"Não resta mais nada daquilo que se intitula Astana e Sochi", disse Erdogan.
"O que a Turquia, a Rússia e o Irão podem fazer para revitalizar esses processos? Temos de ver", acrescentou o Presidente turco.
O Irão, a Turquia e a Rússia patrocinam os chamados processos de Astana e Sochi, que permitiriam o estabelecimento das chamadas zonas de "diminuição da escalada" da violência e um comité constitucional.