"Será um marco importante para o processo de paz no Afeganistão", considerou o representante especial do Presidente russo para o Afeganistão, Zamir Kabulov, à agência de notícias pública Ria Novosti.
Mike Pompeo anunciou hoje que os Estados Unidos vão assinar um acordo com os talibãs, provavelmente em 29 de fevereiro, desde que seja cumprida uma semana de trégua e redução da violência no Afeganistão.
Kabulov disse esperar que a crise política no Afeganistão, causada pela contestação à reeleição do Presidente Ashraf Ghani, "não atrapalhe a assinatura" do acordo de paz.
"O verdadeiro trabalho começará depois" da assinatura do acordo, defendeu Zamir Kabulov.
A Rússia, que tem tentado ter um papel importante nas negociações de paz no Afeganistão, organizou duas reuniões em Moscovo entre representantes dos talibãs e líderes políticos afegãos em 2019, mas ambas terminaram sem progressos visíveis.
Os talibãs tinham anunciado no início desta semana ter chegado a um acordo com os Estados Unidos para assinar um tratado que colocará fim a duas décadas de conflito no Afeganistão.
Os talibãs dizem que este acordo inclui a possibilidade de negociações diretas entre os afegãos, que o movimento insurgente tinha até agora recusado, e conduzirá a um tratado permanente de paz, que termina uma guerra que remonta a 2001 e que se tornou o mais longo conflito militar em que os Estados Unidos estiveram envolvidos.
O acordo contempla ainda a retirada gradual das tropas norte-americanas e a libertação de cerca de metade dos talibãs que tinham sido feitos prisioneiros pelas forças fiéis ao regime afegão.
Os talibãs dizem que o primeiro passo desta nova fase passará pela libertação pelo Governo de Cabul de 5.000 dos cerca de 11.000 elementos do movimento que se encontram presos.
Em troca, os talibãs comprometem-se a libertar cerca de mil prisioneiros das forças afegãs.