ONU deve acudir a abusos de direitos humanos em região chinesa

O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas deve cuidar, com caráter prioritário, da degradação da crise de direitos humanos na região de Xinjiang, no noroeste da China, disse hoje a organização não-governamental Human Rights Watch.

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Lusa
12/03/2020 16:13 ‧ 12/03/2020 por Lusa

Mundo

Uigures

Diversos grupos de defesa dos direitos humanos têm documentado a existência de trabalho forçado em Xinjiang, alertando também para casos de perseguição a minorias uigures, por parte do governo chinês.

A Human Rights Watch diz que se o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas ignorar o apelo feito pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, para uma ação na região chinesa, corre o risco de não cumprir a sua obrigação de responsabilizar os países membros por abusos de direitos humanos.

Embora a atual sessão do Conselho de Direitos Humanos esteja suspensa, a partir de 13 de março, devido às precauções relativas à Covid-19, a organização pede que os Estados membros sejam rápidos a atuar, perante a crise que se vive na região de Xinjiang.

Em 27 de fevereiro, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michele Bachelet, reiterou o apelo para criar uma equipa especial que tenha acesso sem restrições à região de Xinjiang, onde há suspeitas de severas violações de direitos humanos por parte do Governo chinês.

"Qualquer visita da alta comissária deve incluir acesso não condicionado, garantias contra represálias e apoio total de especialistas", disse Sarah Brooks, jurista da organização.

No passado o Governo de Pequim permitiu a entrada de equipas da ONU, mas sempre com fortes restrições, o que agora a Human Rights Watch rejeita, pedindo a deslocação de uma equipa de peritos que possa fazer uma "análise em profundidade" na região, para comprovar a existência de situações de desrespeito de direitos humanos.

Em 2019, algumas organizações divulgaram documentos que revelavam a intenção do Governo chinês de deter de forma arbitrária e reeducar muçulmanos turcos.

À luz destas revelações, a Human Rights Watch pede ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas que exijam a Pequim informações "objetivas, independentes e especializadas" sobre a situação em Xinjiang.

O objetivo deste apelo é que a comunidade internacional seja capaz de pressionar Pequim a travar o desrespeito pelas leis internacionais e pelos direitos humanos, na sequência de relatórios isentos sobre a situação na região de Xinjiang.

"No passado, o Conselho (de Direitos Humanos da ONU) foi inundado com propaganda do governo chinês sobre Xinjiang, mas é essencial que receba informações em primeira mão", conclui a organização Human Rights Watch.

 

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