Itália continua a ser o epicentro do novo surto de coronavírus na Europa, sendo o país do Velho Continente com maior número de infetados registados (mais de 100 mil), sendo que o número de mortes já superou a cifra das 12.400.
A zona mais nevrálgica da 'bota transalpina' é a Lombardia, nomeadamente a cidade Bérgamo.
Guido Marinoni, presidente do Bastonário dos Médicos de Bérgamo, não tem dúvidas de que a cifra de vítimas mortais é bastante superior à revelada, diariamente, pela Proteção Civil Italiana.
"O número de mortos a que faz menção a Proteção Civil refere-se às pessoas que faleceram nos hospitais. Esses dados não mencionam quem morreu em casa, nem aos idosos que morreram nas dezenas de lares da terceira idade", advertiu Marinoni numa entrevista via Facebook que reuniu membros da Associação da Imprensa Internacional.
"Os responsáveis políticos de Bérgamo já constataram que os dados que existem nos registos civis não coincidem com os oficiais: multiplicou-se por dez o número de pessoas mortas, no que diz respeito ao período de outros anos e são mortos que não estão nas estatísticas. Na província de Bérgamo contabilizaram-se seis mil pessoas a viver em lares da terceira idade e calcula-se que morreram 600, o que equivale a 10%", alertou o presidente do Bastonário dos Médicos de Bérgamo.