"Esperamos que, no final do mês, possamos ver o que está acontecer e se existem elementos que nos permitam reiniciar com segurança", disse o imunologista Anthony Fauci, membro do grupo de trabalho do Governo norte-americano sobre o novo coronavírus.
Em entrevista à CNN, Anthony Fauci explicou que, se houver condições de segurança, é possível que a "reabertura contínua" da economia dos Estados Unidos da América aconteça a partir de maio, mas o processo "não é como acender uma lâmpada".
Mantendo-se muito cauteloso quanto à evolução da epidemia, o especialista adiantou que "não é possível garantir" que seja seguro para os americanos votarem pessoalmente na eleição presidencial, agendada para 03 de novembro deste ano.
Na perspetiva do diretor do Instituto de Doenças Infecciosas, a reabertura da economia do país tem que ser um processo gradual, com base na evolução da pandemia nas várias zonas dos Estados Unidos e na disponibilidade de testes rápidos e generalizados.
Sobre o combate ao novo coronavírus, Anthony Fauci admitiu que a antecipação dos esforços de mitigação da doença teria salvado mais vidas nos Estados Unidos da América.
"Se houvesse um processo em andamento e se iniciasse a mitigação mais cedo, poderiam ter-se salvado vidas", reconheceu o principal especialista em doenças infecciosas do país, referindo-se a medidas de distanciamento social e permanência em casa, que podiam ter sido implementadas em fevereiro, em vez de meados de março.
Neste âmbito, Anthony Fauci manifestou-se otimista com o declínio da epidemia, especialmente no estado de Nova Iorque, o epicentro da doença com mais de 8.500 mortes, quase metade das mortes registadas no país.
"Os doentes, os hospitalizados, os infetados em cuidados intensivos e em ventilação não apenas se estabilizam, mas também começam a diminuir", apontou o especialista, observando "essa queda com um otimismo cauteloso".
Relativamente à reabertura da economia no país, o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, tem insistido num reinício o mais rápido possível, nomeadamente devido ao aumento da taxa de desemprego.
A taxa de desemprego nos Estados Unidos subiu de 3,5% em fevereiro para 4,4% em março, devido ao impacto económico da pandemia de covid-19 que paralisou a atividade, informou hoje o Departamento do Trabalho.
A economia norte-americana perdeu no mês passado 701.000 postos de trabalho, pondo fim a uma tendência de 113 meses consecutivos de crescimento.
O número de postos de trabalho perdidos é o mais significativo desde março de 2009, na altura da crise financeira. Em fevereiro, a taxa de desemprego tinha recuado para 3,5%, o nível mais baixo em 50 anos.
Os Estados Unidos são o país que regista o maior número de mortes devido ao novo coronavirus, contabilizando 20.608 até hoje, e aquele que tem mais infetados, com mais de 530 mil casos confirmados.