Covid-19: 1.300 milhões de alunos afetados pelo encerramento de escolas

Cerca de 1.300 milhões de alunos no mundo estão afetados pelo encerramento dos estabelecimentos de ensino, indicam os dados mais recentes da UNESCO, que se congratulou hoje com a "reabertura progressiva" das escolas e universidades em vários países.

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Lusa
29/04/2020 19:29 ‧ 29/04/2020 por Lusa

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UNESCO

 

"news_bold">"Em meados de abril, atingiu-se um pico de 1.500 milhões de crianças e jovens, das creches ao ensino superior, em 195 países [que foram afetados pelas consequências da pandemia de covid-19]. O número começou a baixar, mas 1.300 milhões de 186 países estão ainda privados da escola", escreve hoje, em comunicado, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Dos 195 países que encerraram as escolas em abril, 128 ainda não anunciaram qualquer calendário para se retomarem as aulas, sublinhou a organização.

Segundo a UNESCO, a China e o Japão reabriram parcialmente as escolas, numa percentagem que varia entre os 30% e os 40% dos estabelecimentos de ensino, enquanto vários países nórdicos, como a Dinamarca e Noruega, abriram as escolas primárias.

Em Madagáscar, os universitários regressaram às faculdades e, na maioria das ilhas do Pacífico, as escolas foram reabertas.

"Se o regresso à escola for bem organizado isso permitirá limitar os riscos de desaproveitamento escolar e de aprofundamento dos desequilíbrios a que podem levar as consequências da crise educativa ligada à covid-19", acrescentou a UNESCO.

"Para já, é importante fazer passar uma forte mensagem às autoridades, às comunidades e às famílias, uma vez que se trata da necessidade de um regresso à escola quando os estabelecimentos de ensino forem reabertos", defendeu a organização, destacando também a importâncias do apoio às populações vulneráveis.

"O que está em causa é vital para as populações vulneráveis e, em particular, para as raparigas, para evitar que a escola seja uma rampa de lançamento para a violência e desigualdade", relevou, por sua vez, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.

Hoje, a UNESCO reuniu-se com ministros da Educação de 13 países particularmente afetados pela covid-19 para analisar a questão da reabertura das escolas, em que a segurança sanitária dos alunos, professores e famílias constituirão a principal preocupação.

Para a organização, os currículos devem ser agora revistos e as atenções devem centrar-se nas competências fundamentais de cada disciplina, utilizando, para tal, aulas extraordinárias, sobretudo para os que foram mais afetados pela crise sanitária.

Os edifícios escolares, defende a UNESCO, devem ser adaptados à realidade, devendo também ser reforçadas as medidas de higiene e de prevenção.

No quadro da reunião ministerial, a UNESCO, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e o Banco Mundial (BM) apresentaram um guia práticos para o regresso à escola, elaborado em colaboração com o Programa Alimentar Mundial (PAM).

Segundo a UNESCO, o guia contém recomendações aos governos, administradores e agentes do setor da Educação para facilitar a reabertura dos estabelecimentos escolares.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.

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