Numa nota enviada à Lusa e assinada pelo seu secretário-geral, Jacinto António Télica, a FLEC-FAC pediu a intervenção do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para denunciar "publicamente a repressão política no território de Cabinda exercida pelo Governo angolano", para evitar que sejam retomados os combates.
A resistência armada cabindense tinha respondido positivamente ao apelo de António Guterres para um cessar-fogo mundial e anunciou, em 13 de abril, "um cessar-fogo temporário e provisório", por um período de quatro semanas, a fim de "facilitar a luta contra o coronavírus".
A FLEC-FAC acusou, no entanto, o Governo angolano de usar a crise sanitária como pretexto para "exercer a política de terror e repressão" e denunciou que, na quarta-feira, cinco civis cabindenses desarmadas foram "friamente abatidos pelos militares angolanos" na fronteira de Tando Siala, situada entre a República Democrática do Congo e Cabinda.
"O secretário-geral da ONU deve exortar o Presidente angolano João Lourenço a abandonar a sua política de violência e pôr fim ao assédio e à repressão dos separatistas e da sociedade civil cabindense", concluiu a nota.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 227 mil mortos e infetou quase 3,2 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Cerca de 908 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.