O chefe de Estado justifica que "nesta data" o quadro epidemiológico do país "é catalogado como grave, com tendência de um numero crescente de casos confirmados e de óbitos por Covid-19".
O decreto presidencial explica que a prorrogação do estado de emergência em saúde pública foi solicitada pelo governo.
O chefe de Estado reuniu hoje os órgãos de soberania, o procurador-geral da República (PGR) e a sociedade civil para analisar a situação do novo coronavírus no país, tendo concluído que "nesta data continuam válidos todos os pressupostos que sustentaram a declaração do Estado de Emergência, pelo que há necessidade da sua manutenção".
Horas antes do decreto presidencial que prorrogou o Estado de Emergência por mais 15 dias, o porta-voz do governo, Adelino Lucas fez um briefing do encontro dos órgãos de soberania aos jornalistas.
"A doença existe, ela está cá, está a ceifar vidas", disse o porta-voz do executivo.
O governo considera que o distrito de Caué, sul do país, é o único até agora sem casos de contaminação pelo novo coronavírus, tendo as autoridades congratulado com "as medidas que estão a ser tomadas pelas autoridades locais para que não haja a propagação da doença" para este distrito.
Em Caué, as autoridades estão a desinfetar todas as viaturas que entram no distrito, obrigam os cidadãos a desinfetar os sapatos, lavar as mãos e estão a adotar outras medidas de controlo para evitar que a doença entre no local.
"O governo entendeu que esse modelo de proteção deve ser alargado aos outros distritos", disse o porta-voz do governo, salientando que no encontro foi feito uma "reprogramação de medidas que deverão ser desenvolvidas (nos próximos dias) para a salvaguarda da saúde pública".
Em África, há 2.630 mortos confirmados, com mais de 78 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (969 casos e quatro mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (522 casos e seis mortos), Cabo Verde (326 casos e duas mortes), São Tomé e Príncipe (240 casos e sete mortos), Moçambique (129 casos) e Angola (48 infetados e dois mortos).
O país lusófono mais afetado pela pandemia é o Brasil, com quase 15 mil mortes e mais de 218 mil infeções.