"Apelamos ao governo israelita para se abster de qualquer medida unilateral, em particular a anexação", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês na Assembleia Nacional.
"Uma tal decisão não poderá ficar sem resposta", adiantou Jean-Yves Le Drian.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, voltou a defender na segunda-feira a anexação de partes da Cisjordânia, apesar das críticas das Nações Unidas, da União Europeia e de países árabes, além dos palestinianos.
Netanyahu disse que Israel tem uma "oportunidade histórica" que não pode ser desperdiçada para redesenhar o mapa do Médio Oriente.
O novo Governo israelita, que tomou posse há pouco mais de uma semana, deve pronunciar-se a partir de 01 de julho sobre a aplicação do plano para resolver o conflito israelo-palestiniano, que o presidente norte-americano, Donald Trump, apresentou em janeiro.
O plano da administração Trump, rejeitado pelos palestinianos por favorecer o Estado hebreu, prevê a anexação por Israel do vale do Jordão (terras agrícolas que representam 30% da Cisjordânia) e dos colonatos no território palestiniano.
A anexação comprometerá as já reduzidas esperanças de uma solução de dois Estados.
Israel ocupou a Cisjordânia em 1967, na sequência da designada "Guerra dos Seis Dias". Desde então instalou 500.000 colonos judeus no território, mas nunca o reivindicou formalmente como território israelita devido à forte oposição internacional.
Na semana passada, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) informou Israel da interrupção na coordenação securitária, vital para a estabilidade da região, em resposta ao plano do governo israelita de anexar parte do território da Cisjordânia.
Os palestinianos informaram também a Agência Central de Informação (CIA) que os seus serviços de informação deixariam de partilhar informações com a secreta norte-americana.
A ANP, dirigida por Mahmud Abbas, suspendeu os contactos com a administração Trump em 2017, quando este reconheceu Jerusalém como capital de Israel. Mas algumas relações não políticas mantiveram-se, como a coordenação entre os serviços secretos palestinianos e a CIA.
Segundo analistas, a cooperação dizia respeito a grupos armados palestinianos, como o Hamas, ou a combatentes locais suscetíveis de ligações a grupos 'jihadistas' como o Estado Islâmico.