Famílias que viviam na lixeira em Maputo reclamam atrasos de subsídios
Famílias que viviam nas proximidades da lixeira de Hulene, onde morreram 16 pessoas soterradas em fevereiro de 2018, protestaram hoje contra os atrasos no subsídio disponibilizado pelo Governo para o pagamento de rendas.
© Lusa
Mundo Moçambique
"Há dois meses que nós estamos à espera do valor para o pagamento da renda, mas não estamos a receber", disse António Massingue, integrante de uma das famílias que foram afetadas, citado hoje pelo canal televisivo STV.
Em causa está um montante de 30 mil meticais (387 euros) que o Governo disponibiliza trimestralmente para cada uma das quase 200 famílias retiradas das imediações da lixeira de Hulene para pagarem as suas rendas, enquanto aguardam pela conclusão das novas casas que estão a ser erguidas.
Em jeito de protesto contra o atraso, uma parte das 200 famílias esteve hoje na porta do Conselho Autárquico de Maputo para exigir esclarecimentos, tendo as autoridades municipais prometido resolver a situação.
"De facto há um atraso. Sabemos que as famílias precisam do valor para pagar as suas rendas, mas apelamos para a calma", declarou Alice Abreu, vereadora de Saúde e Ação social no Conselho Autárquico de Maputo.
Numa primeira fase, o realojamento das famílias que viviam nas proximidades da lixeira de Hulene estava previsto para finais de 2018, tendo, no entanto, as autoridades prorrogado o prazo para meados de 2019, mas até hoje as famílias continuam à espera.
Na madrugada de 19 de fevereiro de 2018, uma parte da maior lixeira da capital, com altura de um edifício de três andares, desabou devido à chuva forte e abateu-se sobre diversas habitações precárias do bairro em redor.
Dezasseis pessoas morreram no local, das quais sete eram crianças.
Em 2018, o Governo moçambicano anunciou que a lixeira de Hulene seria encerrada, numa operação estimada em 110 milhões de dólares (98 milhões de euros, no câmbio atual).
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