O registo anterior apontava para 1.152 mortos na Rússia em abril, devido ao novo coronavírus, mas as autoridades explicaram que esta contagem tinha em consideração apenas os casos em que a covid-19 era determinada como a principal causa de morte.
No final de maio, o Ministério da Saúde russo anunciou que iria rever os seus critérios de contabilização de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde, que sugerem a contabilização também de causas secundárias e casos suspeitos.
No novo relatório de abril, a Rosstat esclarece que a covid-19 foi a principal causa de morte em 1.270 casos e que o vírus teve "influência significativa" noutros 435, enquanto em 390 o novo coronavírus é suspeito de ser a causa principal mas não foi identificado.
Além disso, 617 pacientes infetados com o coronavírus faleceram em abril sem que o vírus tivesse influência significativa na sua morte, de acordo com a agência.
A Rússia também registou hoje 8.706 novos casos positivos de coronavírus, aumentando o total para 520.129, um número que vem a subir de forma consistente há mais de três semanas.
Os críticos acusavam Moscovo de manipular a mortalidade oficial, mas a Rússia explicava os números reduzidos, comparados com o Ocidente europeu, com o facto de contabilizar apenas os casos em que a covid-19 era considerada a principal causa de morte após a autópsia, enquanto os outros países contabilizam todas as mortes de pacientes que testaram positivo.
O Kremlin mantém, ainda, a tese de que a epidemia chegou mais tarde à Rússia e que, por isso, o país teve tempo de preparar os seus hospitais e implementar uma política massiva de rastreio.
De acordo com a vice-primeira ministra russa, Tatiana Golikova, os novos números oficiais da Rosstat colocam em 2,6% a taxa de mortalidade devido ao novo coronavírus no país.
A capital Moscovo, fortemente afetada pela pandemia, regista já 15.713 mortes em maio, uma mortalidade sem precedentes nos últimos 10 anos, sendo pelo menos 5.260 das quais devido ao novo coronavírus.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 426 mil mortos e infetou mais de 7,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A Rússia, que contabiliza 6.829 mortos, é o terceiro país do mundo em número de infetados, depois dos EUA e do Brasil, com mais de 520 mil.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.