Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China considerou que a lei é um "ataque cruel à política chinesa em Xinjiang", a região autónoma no oeste do país onde habitam os uigures.
Pequim advertiu Washington para "as consequências" da aprovação da lei, assinada na quarta-feira pelo Presidente norte-americano.
Donald Trump afirmou que o texto visa "responsabilizar os autores de violações e abusos dos direitos humanos, como o uso sistemático de campos de doutrinação, trabalho forçado e vigilância intrusiva, para erradicar a identidade étnica e crenças religiosas dos uigures".
O texto foi aprovado no Congresso norte-americano por uma maioria esmagadora, em 27 de maio, depois de ter passado por unanimidade no Senado.
Esta diploma pode agravar as relações já muito tensas entre as duas primeiras potências mundiais, numa altura em que o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, esteve reunido, na quinta-feira, no Havai, com o diplomata chinês, Yang Jiechi, numa tentativa de apaziguamento do relacionamento bilateral.
"As duas partes reafirmaram plenamente as respetivas posições" e "decidiram continuar a manter contactos", após um "diálogo construtivo", noticiou o Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, no poder.
Os uigures são um dos 56 grupos étnicos identificados na China. Sobretudo muçulmanos, falam uma língua próxima do turco e representam pouco menos da metade dos 25 milhões de habitantes em Xinjiang.
Esta imensa região do oeste chinês faz fronteira com vários países da Ásia Central.
Organizações de direitos humanos acusaram a China de manter em Xinjiang até um milhão de uigures no que consideram ser campos de reeducação política.
Pequim negou esse número e disse que os campos são centros de treinamento vocacional, que visam ajudar os uigures a encontrarem empregos e mantê-los assim afastados do extremismo religioso.