Em comunicado, a polícia cabo-verdiana informou que as detenções acontecerem no fim de semana, pelo comando regional de Santiago Sul e Maio, registaram-se no concelho da Ribeira Grande de Santiago, e que os indivíduos têm idades entre os 17 e 44 anos.
Seis dos homens foram detidos, em flagrante delito, na Cidade Velha na posse de 7,410 quilogramas de carne e 539 ovos de tartarugas.
"Os outros três indivíduos foram surpreendidos em Porto Mosquito (também no município da Ribeira Grande de Santiago), quando regressavam da pesca, na posse de carne de tartaruga acondicionada em baldes", descreveu a PN.
Os suspeitos foram apresentados ao tribunal e ficaram sob termo de identidade e residência, e com julgamento sumário marcado, segundo a mesma fonte policial.
A polícia de Cabo Verde referiu ainda na nota que, dias antes, numa praia no mesmo concelho, a mesma equipa tinha encontrado, ainda vivas três tartarugas marinhas já na idade adulta, amarradas por cordas e uma outra já esquartejada e num barril.
"Tanto as tartarugas, ainda vivas, como as carnes, foram recolhidas e devolvidas ao mar, cumprindo com a legislação vigente", indicou a PN.
Cabo Verde introduziu legislação para proteger as tartarugas marinhas pela primeira vez em 1987, proibindo a sua captura em épocas de desova.
Há três anos o país aprovou uma nova lei, que tipifica ainda outros tipos de crime contra as diferentes espécies de tartarugas marinhas, nomeadamente a captura, a detenção ou o abate intencional, bem como a aquisição, a comercialização, o transporte ou desembarque, a exportação e o consumo.
A legislação cabo-verdiana já prevê penalizações para a captura e venda de produtos derivados de tartarugas, mas com a nova legislação o consumo de carne de tartaruga é crime, que poderá ser punido com multas ou mesmo penas de prisão efetiva.
A população de tartarugas marinhas 'Caretta caretta' de Cabo Verde é a terceira maior do mundo, sendo apenas ultrapassada pelas populações na Florida (Estados Unidos da América) e em Omã (Golfo Pérsico).
O período de desova desta espécie começou em 1 de julho e vai pelo menos até outubro, com as várias associações a realizarem atividades nas praias para a sua proteção.