Acusado do pior ataque antissemita pós-guerra começou a ser julgado
O julgamento do homem acusado de ter cometido um dos piores ataques antissemitas na Alemanha no pós-Segunda Guerra Mundial começou hoje em Magdebourg (leste), num momento em que o país tenta lidar com o ressurgimento da ameaça da extrema-direita.
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Mundo Tribunais
A 09 de outubro de 2019, durante o feriado judaico Yom Kipur (Dia do Arrependimento, uma das duas grandes festas judaicas), o acusado Stephan Balliet, atualmente com 28 anos, tentou entrar numa sinagoga em Halle (Saxónia-Anhalt, leste) com a intenção de perpetrar um ataque.
Fortemente armado, o homem lançou um engenho explosivo sobre o muro de um cemitério judaico e tentou entrar na sinagoga local, onde estavam 52 fiéis.
Impossibilitado de entrar na sinagoga, o agressor acabaria por disparar contra várias pessoas que se encontravam nas imediações do templo, matando duas pessoas e ferindo várias outras.
Stephan Balliet é acusado, entre outros crimes, de duplo homicídio, de tentativa de homicídio de outras nove pessoas e de incitamento ao ódio racial.
O réu arrisca uma pena de prisão perpétua, com um período de segurança de 15 anos.
No início da sessão do julgamento, e após a remoção das algemas (tanto nas mãos como nos pés), Stephan Balliet, um extremista de direita que confessou o ato e afirmou ter agido por motivações antissemitas, retirou a máscara de proteção individual (necessária por causa da atual pandemia da doença covid-19) e afirmou que pretendia falar durante o dia.
O tribunal de Magdebourg estabeleceu que este julgamento decorra em 18 sessões diárias, sendo previsto que dure até meados de outubro.
Um relatório apresentado recentemente em Berlim, relativo a dados de 2019, indicou que nunca houve tantos membros da extrema-direita a ser vigiados pelo Gabinete para a Proteção da Constituição (BfV), a entidade alemã que supervisiona as ameaças ao Estado democrático.
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