A tensão entre o Azerbaijão e a Arménia, que dura já há três décadas e é motivada pelo controlo da região de Nagorno Karabakh, território do Azerbaijão ocupado pelos arménios, agravou-se em 12 de julho.
Segundo noticia a agência EFE, o confronto junto à fronteira naquela região resultou até agora em pelo menos 17 mortos, quatro deles arménios.
"Josep Borrell incentivou as duas partes a terminarem com os confrontos armados e a absterem-se de ações ou discursos que provoquem tensões", destaca o comunicado do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE).
O diplomata espanhol teve hoje uma conversa telefónica conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros arménio, Zohrab Mnatsakanyan, e o homólogo deste do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov.
O comunicado do SEAE acrescenta também que Josep Borrell pediu ainda aos governantes que se abstenham de realizar "mais ameaças a infraestruturas críticas da região".
O alto representante "incentivou ambas as partes a reafirmarem o seu compromisso com o cessar-fogo e a tomarem medidas imediatas para evitar uma maior escalada".
O conflito entre os dois países remonta aos tempos da União Soviética, quando em finais da década de 1980 o território do Azerbaijão, Nagorno Karabakh, que é habitado maioritariamente por arménios, pediu a sua incorporação na vizinha Arménia, o que resultou numa guerra que causou cerca de 25 mil mortos.
No final dos combates, que se prolongaram até 1994, as forças arménias ficaram com o controlo de Nagorno Karabakh e também ocuparam vastos territórios do Azerbaijão, que ficou conhecida como 'franja de segurança'.
O Azerbaijão defende que a solução para encontrar uma solução com a Arménia passa necessariamente por uma libertação dos territórios ocupados, pedido que já foi apoiado por várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
A Arménia, por seu lado, apoia o direito à autodeterminação de Nagorno Karabakh e defende a participação dos representantes do território separatista nas negociações sobre uma solução para o conflito.