Navio de Banksy pede ajuda. 130 migrantes e um morto a bordo
Um navio humanitário fretado no maior sigilo no Mediterrâneo pelo artista de rua britânico Banksy pediu ajuda imediata esta madrugada após um resgate massivo de migrantes e informou ter pelo menos um morto a bordo.
© Reuters
Mundo Mediterrâneo
O barco Louise Michel recolheu na sexta-feira 130 migrantes à deriva num barco pneumático, escreveram na rede social Twitter os organizadores da campanha na conta @MVLouiseMichel.
Depois de um primeiro resgate na quinta-feira, o navio agora tem 219 náufragos a bordo, contando apenas com dez tripulantes, adiantaram.
"Precisamos de ajuda imediata", afirmaram, exortando a União Europeia e as autoridades italianas a agirem.
"Já há um morto no barco. Os outros apresentam queimaduras de combustível, estão no mar há dias e agora foram deixados por sua conta numa área de busca e salvamento da UE", acrescentaram.
Batizado em homenagem a "Louise Michel", uma anarquista francesa do século XIX, o navio, decorado com graffiti do artista britânico, partiu no dia 18 de agosto do porto espanhol de Borriana, perto de Valência, segundo o The Guardian.
O jornal referiu também que o navio está à procura de um porto seguro para desembarcar passageiros ou transferi-los para um navio das guardas costeiras europeias.
De acordo com o 'site' Marinetraffic, o Louise Michel estava esta madrugada imóvel no mar a cerca de cem quilómetros a sudeste da ilha italiana de Lampedusa, ao sul da Sicília.
A conta @MVLouiseMichel no Twitter também publicou várias fotos de uma operação de auxílio ao Sea-Watch 4, um navio humanitário das organizações não-governamentais (ONG) Médicos Sem Fronteiras e Sea-Watch, presente na área desde meados de agosto.
O diário britânico publicou várias fotos do barco, pintadas em rosa e branco, com graffiti de Banksy, retratando uma jovem com um colete salva-vidas segurando uma boia em forma de coração.
A tripulação é composta por 10 elementos, "ativistas europeus com longa experiência em investigação e salvamento no mar".
A capitã do navio é Pia Klemp, uma ativista de direitos humanos alemã conhecida por ter conduzido vários outros navios de resgate, incluindo o Sea-Watch 3.
O jornal diz que o artista não está a bordo, acrescentando que toda a operação foi montada entre Londres, Berlim e Borriana.
Muitos barcos pequenos com migrantes, principalmente tunisinos, atracaram durante todo o verão na ilha italiana de Lampedusa, no sul da Sicília.
O Sea-Watch 4, navio das ONG Médicos sem Fronteiras e Sea-Watch, está presente na área desde meados de agosto e já realizou diversos resgates.
O último navio a regressar do Mediterrâneo central, o Ocean Viking - fretado pela ONG SOS Méditerranée - desembarcou na Sicília no início de julho com 180 migrantes, antes de ser imobilizado pelas autoridades italianas por "motivos técnicos".
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