Turquia critica Kosovo pela abertura de embaixada em Jerusalém
A Turquia afirmou hoje estar "dececionada" com o Kosovo pela abertura de uma embaixada em Jerusalém e pelo consequente estabelecimento de relações diplomáticas com Israel.
© Getty Images
Mundo Turquia
A Turquia foi um dos primeiros países a reconhecer o Kosovo quando este país proclamou independência da sérvia em 2008.
"Só a ideia de que as autoridades do Kosovo estão a dar este passo, que é uma clara violação da lei internacional, é dececionante", considerou, em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Turquia.
Na sexta-feira, a Sérvia e o Kosovo anunciaram, em Washington, a normalização dos laços económicos, numa iniciativa patrocinada pelos EUA que inclui a transferência da embaixada sérvia em Israel para Jerusalém e o reconhecimento do Estado judaico por Pristina.
Após dois dias de reuniões com responsáveis da administração norte-americana -- mediadas por Robert O'Brien, conselheiro para a segurança nacional dos EUA e o emissário norte-americano Richard Grenell --, o Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, e o primeiro-ministro kosovar, Avdullah Hot, concordaram em cooperar em diversos setores económicos para atrair investimento e criar empregos.
A decisão da Sérvia de transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém constitui um sinal para os EUA e Israel.
A administração de Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel no final de 2017 e instalou a sua embaixada nesta cidade em maio de 2018.
O Kosovo, uma ex-república da Sérvia de maioria albanesa que autoproclamou a independência em 2008, tem uma população predominantemente muçulmana e nunca reconheceu Israel, como Israel também nunca reconheceu o Kosovo.
Estas decisões sobre Israel incluem-se nos esforços do Governo dos Estados Unidos para reforçar a posição internacional do Estado judaico, que permanece alvo de fortes críticas em diversos fóruns internacionais, incluindo nas Nações Unidas.
O parlamento do Kosovo autoproclamou a independência da Sérvia em fevereiro de 2008, nove anos após a NATO ter desencadeado uma campanha de 78 dias de ataques aéreos contra a Sérvia devido ao conflito na sua antiga província entre o exército de Belgrado e os separatistas albaneses.
A maioria dos países ocidentais reconheceu a independência do Kosovo, mas a Sérvia e os seus aliados Rússia e China, e muitas dezenas de outros países, não o fizeram.
O atual impasse entre Belgrado e Pristina tem constituído um dos principais fatores para a permanência de fortes tensões que impedem a estabilização da região dos Balcãs, após as guerras sangrentas da década de 1990 no decurso da desintegração da Jugoslávia.
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