Cabo Verde precisa de mais chuvas para garantir milho e feijões

O ministro da Agricultura cabo-verdiano disse hoje que as chuvas que caíram recentemente em todo o arquipélago já garantem pasto, mas afirmou que ainda é preciso mais para produção de milho e feijões e recarga dos lençóis freáticos.

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Lusa
09/09/2020 15:45 ‧ 09/09/2020 por Lusa

Mundo

Cabo Verde

Depois de três anos consecutivos de seca, com chuvas irregulares e insuficientes, desde meados de julho que a chuva voltou a cair com alguma frequência em algumas ilhas de Cabo Verde.

E caiu com mais intensidade no sábado, na ilha de Santiago, e na segunda e terça-feiras, nas ilhas a norte do arquipélago, como Santo Antão, São Vicente, Sal e Boa Vista, graças a uma depressão tropical que se transformou em tempestade, trazendo consigo ventos e chuvas fortes.

Para o ministro, as chuvas que caíram na segunda e terça-feira contribuíram, mas salientou que ainda não se pode dizer que o ano agrícola está garantido.

Por isso, disse que este mês de setembro ainda deve continuar a chover e que em outubro também são esperadas mais precipitações para garantir melhor produção.

"Pensamos que estaremos em condições de produzir o pasto, mas precisamos de ter muito mais chuva para garantirmos a produção de milho e feijões, mas, acima de tudo, a recarga dos lençóis freáticos", disse o ministro da Agricultura, que tutela ainda a pasta do Ambiente.

"Já começou, mas precisamos de muito mais, para que possamos ter a reserva de água subterrânea, que é essencial não só para a prática da agricultura, mas também para distribuição de água em algumas ilhas que se encontram em situação mais crítica e com maior consumo", completou o ministro, dizendo que o ponto de situação do ano agrícola só poderá ser feito melhor no mês de outubro.

Este ano, a lagarta do cartucho do milho é uma praga que está a afetar culturas em várias ilhas, mas o Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento Agrário (INIDA) desenvolveu um inseto natural (Trichogramma) para o seu combate.

O ministro da Agricultura sublinhou que esta praga é um "problema mundial", afirmando que Cabo Verde está na linha da frente dos países africanos a combatê-la.

"Pedimos alguma paciência da parte dos agricultores, sabemos que isto não é fácil, todos nós estamos preocupados, mas nós estamos a fazer aquilo que de melhor se recomenda, e estamos a fazer isto no tempo certo e entendemos que, com isto, vamos poder debelar parcialmente agora, mas a prazo controlar completamente esta praga da lagarta do cartucho do milho", perspetivou.

Depois de Santo Antão, o ministro afirmou que o inimigo natural vai ser lançado na ilha do Fogo e também vai-se fazer uma avaliação para voltar a ser espalhado em vários outros locais de ilhas agrícolas. 

"Esta é uma luta para vencer", disse o ministro, apelando a que esta luta não seja politizada, mas sim colocar o foco numa luta integrada, com pesticidas biológicas e o inimigo natural da praga. 

No ano passado, choveu apenas alguns dias no mês de setembro, provocando uma praga de gafanhotos em Santiago, Brava, São Nicolau e São Vicente, que o Governo começou a combater este ano ainda em estado larval.

 Nas declarações aos jornalistas, Gilberto Silva garantiu que este ano esta praga está controlada, mas as autoridades do país continuam vigilantes desde a primeira ação logo após as primeiras chuvas.

 

 

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