"(Foi um) frutífero encontro de trabalho entre o Presidente e a Alta Comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas", escreveu o ministro na sua conta da rede social Twitter, onde publicou várias fotografias.
Segundo Jorge Arreaza, Caracas avança "na cooperação" com o gabinete da Alta Comissária, em Genebra e a sua equipa na Venezuela.
"Um diálogo construtivo, respeitoso pela garantia dos direitos humanos do nosso povo", afirmou.
O chefe da diplomacia venezuelana precisou que Nicolás Maduro explicou a Michelle Bachelet "a importância do relatório sobre a verdade da Venezuela em matéria de direitos humanos".
"O Governo bolivariano continua ativo em todos os espaços da ONU, na defesa do multilateralismo, no respeito pelo direito internacional e paz", declarou.
A conversa entre Nicolás Maduro e Michelle Bachelet ocorreu depois de na semana passada o chefe de Estado ter falado 'online' com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, sobre os efeitos da pandemia de covid-19 e o estado dos direitos humanos no país.
Caracas entregou na segunda-feira ao núncio apostólico, Aldo Giordano, e ao coordenador local da ONU, Peter Grohmann, o relatório "A Verdade da Venezuela contra a Infâmia", elaborado pelas instituições venezuelanas sobre a situação dos direitos humanos no país.
O documento foi entregue depois de uma "missão independente" das Nações Unidas ter divulgado um outro relatório que relacionou o regime venezuelano a graves crimes cometidos pelas forças de segurança.
Segundo Jorge Arreaza, o relatório entregue pelo Governo venezuelano "foi elaborado em cooperação e coordenação com o Ministério Público, a Defensoria do Povo (promotor de justiça)", e poderes judicial e executivo.
"É um relatório muito completo que desmonta essa aberração que tem circulado pelo mundo", considerou.
Para o ministro venezuelano, o relatório elaborado recentemente por uma missão da ONU não foi aprovado por esta organização internacional e "tem sido usado como arma política contra o povo venezuelano, contra o Governo da Venezuela, com falsidades e infâmias".
Em 16 de setembro, os investigadores de uma missão internacional da ONU acusaram Nicolás Maduro e os seus ministros do Interior, Néstor Reveról, e da Defesa, Vladimir Padrino Lopez, de envolvimento em graves crimes cometidos pelas forças de segurança do país.
A equipa de investigadores - que divulgou o seu primeiro relatório, mas não se deslocou à Venezuela -, afirmou ter detetado provas de crimes contra a humanidade, e indicou possuir "bons motivos para pensar que o Presidente" e os ministros do Interior e da Defesa "ordenaram ou contribuíram para ordenar crimes concretizados", indicou em comunicado a jurista portuguesa Marta Valiñas, que dirige a equipa de investigadores.
Alguns destes crimes, "incluindo mortes arbitrárias e o uso sistemático da tortura, inserem-se no âmbito de crimes contra a humanidade", disse.