"O 'Emirado Islâmico' (como se autodenominam os talibãs) acolhem com satisfação este anúncio, que considera um passo positivo na implementação do acordo firmado entre o 'Emirado Islâmico do Afeganistão' e os Estados Unidos" em Doha, refere em comunicado o principal porta-voz das forças talibãs, Zabihullah Mujahid.
A eventual retirada das tropas norte-americanas de solo afegão cumpre o principal compromisso de Washington no acordo com os talibãs, alcançado em fevereiro, e que lançou as bases para a negociação direta entre o Governo de Cabul e os rebeldes e que começou no passado dia 12 de setembro.
"O 'Emirado Islâmico' está comprometido com as disposições do acordo e espera manter relações positivas e boas com todos os países, incluindo os Estados Unidos no futuro", disse Mujahid.
A reação dos talibãs é divulgada poucas horas depois de Donald Trump, em plena campanha eleitoral nos Estados Unidos, anunciar através da rede social Twitter o regresso das tropas norte-americanas que permanecem no Afeganistão.
"Devemos trazer para casa até ao Natal o pequeno número dos nossos corajosos homens e mulheres que ainda estão ao serviço no Afeganistão", escreveu na rede social Twitter Donald Trump, que vai disputar um segundo mandato contra o democrata Joe Biden, em 03 de novembro.
Os Estados Unidos começaram a retirar milhares de soldados do Afeganistão nos últimos meses, pouco depois de ter sido assinado o acordo em que os talibãs se comprometeram a não permitir mais ataques contra os Estados Unidos ou qualquer outro país a partir de solo afegão e a negociar a paz com o Governo de Cabul.
O acordo compromete os Estados Unidos a retirar os soldados do Afeganistão até à primavera de 2021, depois de quase duas décadas de guerra.
Apesar de o número exato de tropas no Afeganistão não ser preciso, funcionários da Administração norte-americana disseram que o contingente expedicionário ia ser reduzido para quatro a cinco mil efetivos em novembro.
Oficialmente, morreram no Afeganistão 2.217 soldados norte-americanos desde o início da invasão, em 2001.