"Está claro que o primeiro a desenvolver uma vacina viável contra esse vírus mortal vai ganhar a lotaria. Esperamos que esta investigação origine grande interesse para vários jogadores em todo o mundo", referiu o chefe dos serviços de informações internos (MI5) britânica numa conferência de imprensa em Londres.
Vários investigadores britânicos da Universidade de Oxford e da gigante farmacêutica AstraZeneca estão na origem de um projeto de vacina considerado como um dos mais avançados do mundo, já testado em dezenas de milhar de voluntários em várias partes do planeta.
Nesse sentido, Ken McCallum alertou para o facto de os espiões estrangeiros pretenderem apoderar-se da propriedade intelectual relacionada com a investigação ou "manipular" os dados para lançar dúvidas sobre a validade dos estudos.
"Para o MI5, como para todo o mundo, 2020 está a ser dominado pela pandemia", sublinhou o novo diretor dos serviços secretos britânicos, nomeado em maio.
Segundo Ken McCallum, a pandemia de covid-19 alterou o perfil do risco terrorista.
Com as manifestações públicas reduzidas por razões sanitárias, as organizações terroristas estão à procura de novos alvos, sublinhou.
No caso do Reino Unido, e relacionado com a pandemia, o país está a fazer face a ameaças de várias Estados, com a China e a Rússia na linha da frente.
"Se a questão é saber qual o país cujos serviços secretos causam mais problemas ao Reino Unido em 2020, a resposta é a Rússia", frisou Ken McCallum, que liderou as investigações britânicas ao envenenamento com Novitchok do antigo agente secreto duplo Sergei Skripal, ocorrido em 2018 em Salisbury (sul de Inglaterra).
"Mas se a questão é saber qual o Estado que irá moldar o mundo na próxima década, com grandes oportunidades e grandes desafios para o Reino Unido, a resposta é a China", concluiu.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão e oitenta e sete mil mortos e mais de 38,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.