Durante uma reunião por videoconferência dos líderes dos países BRICS (sigla em inglês para o grupo de países que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Xi Jinping disse acreditar que é necessário "cumprir o Acordo de Paris com base no princípio da responsabilidade comum", duas semanas depois de os EUA se terem retirado oficialmente desse tratado.
"Anunciei recentemente na ONU a decisão da China de aumentar as suas contribuições voluntárias nacionais para que as nossas emissões de CO2 diminuam até 2030 e sejamos um país neutro em carbono até 2060", disse o líder chinês.
"Temos de alcançar a harmonia entre o homem e a natureza. O aquecimento global não parou porque há uma pandemia", explicou o Presidente chinês.
Xi Jinping deixou ainda a promessa de que o seu país se aplicará no mercado global, "para impulsionar a recuperação económica", perante os efeitos da pandemia de covid-19.
"A economia global está a passar pela sua pior recessão desde a Grande Depressão, na década de 1930, e a abertura e a inovação são necessárias para alimentar a recuperação global. A China estará mais ativamente integrada no mercado global, para criar mais oportunidades e contribuir para a recuperação", disse o Presidente chinês, durante a cimeira dos BRICS.
Xi também prometeu "aprofundar a solidariedade e a cooperação" para "enfrentar os desafios da pandemia", e observou que várias empresas chinesas estão a participar na terceira fase dos testes clínicos das suas vacinas, na Rússia e no Brasil, acrescentando que espera também cooperar a esse nível com a África do Sul e com a Índia.
"Temos de olhar para o futuro juntos", concluiu o Presidente chinês, apontando para a necessidade de abordagens multilaterais para os grandes problemas mundiais.
A 12.ª cimeira dos BRICS, que tem por tema a "estabilidade global, segurança comum e crescimento inovador", esteve marcada para julho, em São Petersburgo, na Rússia, mas foi adiada para agora, devido à pandemia, estando a realizar-se em formato de videoconferência.
A cimeira é liderada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, contando ainda com a presença, para além de Xi Jinping, do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, do Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, e do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.