Grupo extremista Estado Islâmico reivindica disparos no centro de Cabul
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou os disparos que mataram hoje oito pessoas no centro de Cabul, perto da zona onde se situam embaixadas e empresas internacionais.
© Reuters
Mundo Daesh
Com "28 'rockets' Katioucha", os "soldados do califado fizeram mira para a zona (...) onde estão localizados o edifício da presidência afegã, as embaixadas dos países cruzados e o quartel general das forças afegãs", diz o comunicado de imprensa publicado nos canais da organização jihadista Telegram.
Pelo menos oito pessoas morreram e 31 ficaram feridas na sequência da explosão, na madrugada de hoje, de cerca de 23 morteiros em diferentes partes da capital do Afeganistão, disse o porta-voz do Ministério do Interior afegão.
Segundo Tarik Arian, os disparos foram feitos a partir de dois carros em várias áreas residenciais de Cabul, densamente povoadas, incluindo na zona de Wazir Akbar Khan, que alberga as missões diplomáticas e várias empresas internacionais.
Segundo a France-Presse, a embaixada iraniana anunciou no Twitter que o seu edifício principal foi atingido por fragmentos de morteiro, sem que se tenham registado feridos, e refere fotos nas redes sociais que parecem mostrar danos no muro exterior de um complexo hospitalar.
As explosões acontecem no mesmo dia em que o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, se reúne no Qatar com negociadores do movimento extremista islâmico talibã e do governo do Afeganistão, dias após os EUA anunciarem uma retirada substancial das tropas naquele país.
Na capital do Qatar, Doha, Pompeo vai realizar reuniões separadas com uma delegação talibã e outra do Governo afegão, de acordo com a agenda divulgada pelo Departamento de Estado norte-americano.
As reuniões com ambas as partes realizam-se após o secretário de Defesa em exercício, Christopher C. Miller, ter anunciado oficialmente na terça-feira a retirada parcial das tropas norte-americanas no Afeganistão. Das atuais 4.500 só devem permanecer 2.500 após 15 de janeiro de 2021.
O Presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu, à chegada à Casa Branca em 2017, pôr fim à presença de soldados norte-americanos em território afegão, mas foi persuadido pelos generais a deixar uma parte para ajudar a estabilizar a situação no país.
No final de fevereiro, os talibãs e os EUA assinaram um acordo histórico em Doha, com os norte-americanos a anunciarem a retirada das tropas no prazo de 14 meses, com a outra parte a comprometer-se em impedir que o território afegão preste apoio a atividades terroristas no futuro.
Além disso, os talibãs comprometeram-se a libertar mil membros das forças de segurança afegãs, enquanto Cabul deverá libertar mais cinco mil membros do movimento extremista, um processo que, após sucessivos desacordos, foi concluído em setembro, o que levou às tão aguardadas conversações inter-afegãs na capital do Qatar nesse mesmo mês.
O chefe da diplomacia norte-americana está numa digressão internacional que o levará a visitar sete países, incluindo França, Turquia e Geórgia.
Pompeo chega ao Golfo Pérsico após a sua controversa estadia em Israel, onde visitou um colonato norte-americano em território palestiniano ocupado, e terminará a sua viagem na Arábia Saudita.
Esta poderá ser uma das suas últimas viagens ao estrangeiro, já que as eleições presidenciais norte-americanas de 03 de novembro foram ganhas pelo democrata Joe Biden, embora o Presidente, Donald Trump, ainda não tenha reconhecido a derrota.
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