"O Governo da Somália decidiu romper os laços diplomáticos com o Quénia. A Somália apela a todos os seus diplomatas no Quénia a regressarem ao país e ordenou aos diplomatas quenianos a abandonarem a Somália dentro dos próximos sete dias, a contar do dia 15 de dezembro", disse hoje o ministro da Informação da Somália, Osman Abukar Dubbe, numa conferência de imprensa.
"O Governo federal da Somália tomou esta decisão em resposta às violações políticas recorrentes e sem vergonha do Quénia contra a soberania do nosso país", acrescentou o ministro.
As relações entre os dois países, que partilham uma fronteira de mais de 700 quilómetros, têm vindo a degradar-se desde o princípio do ano.
O Governo do Presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Mohamed, tem acusado várias vezes as autoridades quenianas de ingerência, mas sem precisar detalhes.
No passado, o Presidente do Quénia afirmou que o país se recusa a servir de "bode expiatório" dos jogos políticos internos da Somália.
A decisão de Mogadíscio sobre o corte de relações diplomáticas é anunciada um dia depois de o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, ter recebido em Nairobi Muse Bihi Abdi, o presidente da região somali da Somalilândia, que se autoproclama independente.
Mogadíscio considera a Somalilândia como parte integrante do país e critica fortemente as iniciativas externas do autoproclamado presidente da região.
Na segunda-feira, a Somália queixou-se formalmente junto do bloco regional da África Oriental (Igad) em relação à iniciativa do Quénia sobre a região da Somalilândia.