Países Baixos. Mais confrontos após imposição do recolher obrigatório

Várias cidades dos Países baixos estão hoje a ser palco, pela segunda noite consecutiva, de confrontos após a imposição do recolher obrigatório, destinado a travar a propagação da covid-19.

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Lusa
25/01/2021 20:55 ‧ 25/01/2021 por Lusa

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Covid-19

Os confrontosestão a opor a polícia antimotim, que está a utilizar canhões de água, a grupos de manifestantes na cidade portuária de Roterdão, e também na pequena localidade de Geleen (sul, próximo de Maastricht) segundo reportam vários órgãos de comunicação social e a polícia holandesa.

Em curso estão confrontos em Geleene, para já, uma pessoa foi detida, indicou a polícia local na rede social Twitter.

O presidente da Câmara de Roterdão, AhmedAboutaleb, autorizou, num decreto, a polícia a multiplicar as detenções.

"As detenções estão em curso. Estamos a pedir que abandonem os locais", escreveu a câmarade Roterdão, também no Twitter.

Domingo, os Países Baixos foram também assolados por confrontos que envolveram a polícia antimotim e grupos de manifestantes que protestavam pelas mesmas razões, naquela que foi a segunda noite do recolher obrigatório, incidentes criticados e condenados pelos políticos e líderes locais.

"É inaceitável", considerou o primeiro-ministro, Mark Rutte, afirmando que a situação já "não tem nada a ver com protestos", constituindo antes "violência criminosa", pelo que será desta forma que vão tratar do assunto.

A região mais afetada foi Eindhoven, onde a polícia entrou em confronto com centenas de manifestantes que incendiaram um carro, atiraram pedras e foguetes contra polícias, partiram janelas e saquearam um supermercado na estação ferroviária da cidade.

"A minha cidade está a chorar e eu também", disse então o presidente da câmara municipal de Eindhoven, John Jorritsma, numa conferência de imprensa improvisada e emotiva, considerando os manifestantes como "a escória da terra" e alertando para as consequências.

"Receio que, se continuarmos por este rumo, estejamos a caminho de uma guerra civil", disse.

O motim coincidiu com o primeiro fim de semana do novo recolher obrigatório nacional -- entre as 21:00 e as 04:30 -, mas os responsáveis municipais enfatizaram que a violência não foi obra de cidadãos preocupados com suas liberdades civis.

"Estas manifestações estão a ser usadas por pessoas que só querem uma coisa: revoltar-se", afirmou Hubert Bruls, presidente da câmara da cidade de Nijmegen e líder de um grupo de organizações de segurança local.

A polícia de Amesterdão deteve, no domingo, 190 pessoas nos confrontos que resultaram de uma manifestação proibida, enquanto a polícia de Eindhoven avançou hoje já ter detido 62 suspeitos de violência e ter lançado uma investigação em grande escala para identificar e deter mais.

Na cidade de Enschede, no leste do país, os agitadores atiraram pedras às janelas de um hospital e, na noite de sábado, jovens da vila de pescadores de Urk incendiaram um edifício de realização de testes de coronavírus.

A polícia da província de Limburg, no sul dos Países Baixos, enviou agentes militares como reforços para controlar as duas cidades.

"Não há absolutamente qualquer desculpa", sublinhou a ministra para a Cooperação e Desenvolvimento, Sigrid Kaag, à televisão holandesa.

"Isto é violência e espero que a polícia apanhe todas as pessoas e haja punições pesadas", concluiu.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.129.368 mortos resultantes de mais de 99,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Leia Também: Representante de Biden lamenta ausência dos EUA no combate climático

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