Segundo a agência de notícias Associated Press (AP), a ação prolongou-se durante cerca de um quarto de hora em vários bairros da capital, Naypyidaw, ouvindo-se ainda apelos à libertação da líder de facto do país, Aung San Suu Kyi, detida pelo Exército na segunda-feira.
Vários grupos pró-democracia tinham apelado para que as pessoas fizessem barulho às 20:00 (hora local), para protestar contra o golpe de Estado.
Os militares começaram a levantar as restrições à circulação dos 400 deputados que se encontravam em detenção domiciliária numa residência do Governo, tendo-lhes sido permitido regressar a casa, disse um porta-voz do partido de Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND).
As detenções e o golpe de Estado militar ocorreram horas antes de o parlamento eleito nas anteriores eleições iniciar a sua primeira sessão.
O Exército de Myanmar declarou na segunda-feira o estado de emergência e assumiu o controlo do país durante um ano, após a detenção da chefe de facto do Governo, Aung San Suu Kyi, do Presidente do país, Win Myint, e de outros líderes governamentais.
Myanmar emergiu há apenas 10 anos de um regime militar que estava no poder há quase meio século.
Para justificar o golpe de Estado, imediatamente condenado pela comunidade internacional, os militares asseguraram que as eleições legislativas de novembro passado foram marcadas por "enormes irregularidades", o que a comissão eleitoral nega.
Os militares evocaram ainda os poderes que lhes são atribuídos pela Constituição, redigida pelo Exército, permitindo-lhes assumir o controlo do país em caso de emergência nacional.
O partido de Aung San Suu Kyi, que está no poder desde as eleições de 2015, venceu por larga maioria as eleições de novembro.
A vitória eleitoral de Suu Kyi, Prémio Nobel da Paz 1991, demonstrou a sua grande popularidade em Myanmar, apesar da má reputação internacional pelas políticas contra a minoria rohingya, a quem é negada a cidadania e o voto, entre outros direitos.