"O Governo [da Guiana] não estabeleceu qualquer relação ou vínculo diplomático com Taiwan e, como resultado da má comunicação, este acordo foi anulado", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do país do Caribe, em comunicado.
"O Governo da Guiana deseja esclarecer que continua a aderir à política de 'uma China' e que as suas relações diplomáticas permanecem intactas com a República Popular da China", acrescentou.
A declaração foi feita depois de o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, ter pedido, em conferência de imprensa, que as autoridades de Georgetown "corrigissem o seu erro".
Taiwan culpou a interferência chinesa pela anulação do acordo, celebrado 24 horas antes como uma vitória diplomática de Taipé.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan disse que a China exerceu pressão sobre o governo do país sul-americano e que o acordo não pôde ser salvo, apesar dos esforços consideráveis.
"A intimidação e os esforços da China para isolar Taiwan e reduzir o seu espaço internacional apenas enfatizam a sua natureza maligna e separam ainda mais as pessoas dos dois lados", acusou.
Taiwan anunciou na quinta-feira a abertura de um escritório de representação na Guiana, parte de um acordo entre os governos dos dois territórios.
A mesma fonte informou que o escritório de Taiwan no país sul-americano "iniciou as suas operações provisoriamente em 15 de janeiro", quatro dias após o referido acordo entre as partes.
O novo escritório "representa o compromisso de ambas as partes em promover uma aliança de prosperidade, baseada em valores democráticos, em áreas como agricultura, educação, investimento e comércio", descreveu, através da rede social Twitter, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.
Taiwan, que se auto designa República da China, tornou-se, entretanto, numa democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.
Pequim critica qualquer relação oficial entre países estrangeiros e Taipé, trocas que considera um apoio ao separatismo de Taiwan.
Taiwan mantém relações diplomáticas com 15 países.