"Já temos quatro surtos em Niamey, onde detetámos dois tipos (do vírus) de gripe das aves, incluindo o H5N1, que é o mais altamente patogénico", disse a diretora regional de gado em Niamey, Halima Adamou Harouna, citada pela agência France-Presse.
Desde 17 de fevereiro foram notificados quatro surtos em Niamey, confirmou a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE).
"No caso do H5N1, é preciso que tudo seja destruído rapidamente e 181.350 aves já foram destruídas", revelou Halima Adamou Harouna, referindo que há a suspeita de que o vírus tenha sido importado da Nigéria que registou casos durante quase um ano.
Para evitar uma propagação em grande escala, as autoridades nigerianas estão a considerar "proibir a importação e exportação de produtos avícolas" da Nigéria, que partilha 1.500 quilómetros de fronteiras com o Níger, prosseguiu.
A capital Niamey é normalmente abastecida com produtos avícolas de granjas nigerianas gigantes.
"Tentámos bloquear estas trocas de produtos avícolas com a Nigéria, mas eles (comerciantes) conseguem encontrar uma passagem", lamentou.
"Esta nova crise que caiu sobre nós é um segundo caso extremamente grave de desastre", disse Guy Van Kesteren, diretor da quinta AviNiger, a maior de Niamey e uma das mais severamente afetadas pela doença.
Em agosto de 2020, cerca de 32.000 galinhas poedeiras morreram na mesma exploração devido a graves cheias na capital.
"Se não houver ajuda substancial do Estado, penso que teremos de reduzir o pessoal ou parar as operações", disse Van Kesteren.
Em 2006, o Níger foi o segundo país da África Ocidental, depois da Nigéria, onde o vírus H5N1 foi descoberto, em Zinder e Maradi (duas regiões limítrofes da Nigéria), causando a morte de milhões de aves de capoeira.
Niamey proibiu então a importação de produtos avícolas da Nigéria durante dois anos. Mas o Governo concedeu indemnizações aos avicultores nas zonas afetadas através de um "plano de emergência" de 13 mil milhões de francos CFA (quase 20 milhões de euros).
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