Coreia do Norte rompe relações diplomáticas com a Malásia

A Coreia do Norte rompeu esta sexta-feira abruptamente as relações diplomáticas com a Malásia, encerrando o relacionamento especial que mantinha com Kuala Lumpur até o assassínio em 2017 do meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-un.

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Lusa
19/03/2021 09:17 ‧ 19/03/2021 por Lusa

Mundo

Coreia do Norte

O Ministério norte-coreano "anuncia o rompimento total das suas relações diplomáticas com a Malásia", referiu o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgado pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA.

O Governo da Coreia do Norte anunciou que tinha tomado essa decisão após a extradição pelas autoridades malaias, em 17 de março, de um dos seus nacionais para os Estados Unidos.

Mun Chol Myong, o cidadão norte-coreano sujeito à extradição, estava "envolvido em atividades legítimas de comércio externo em Singapura", indicou a KCNA.

O Ministério norte-coreano chamou esse ato de "crime imperdoável" cometido "com servilismo em face da pressão norte-americana".

Até ao assassínio de Kim Jong-nam, há quatro anos, a Malásia era um dos únicos aliados da Coreia do Norte.

O meio-irmão do líder norte-coreano, que também era um detrator do regime, morreu após ser atacado com um agente nervoso no rosto no aeroporto de Kuala Lumpur. Este assassínio foi atribuído aos norte-coreanos pela Coreia do Sul, mas Pyongyang sempre negou envolvimento no caso.

Posteriormente, as relações entre a Malásia e a Coreia do Norte melhoraram gradualmente, inclusivamente com o Governo malaio decidir reabrir a sua embaixada em Pyongyang.

Mun Chol Myong já morava na Malásia há uma década com sua família quando foi preso em 2019, após um pedido de extradição feito por Washington.

Na Justiça, Mun rejeitou as acusações do FBI (polícia federal norte-americana) de que liderava um grupo criminoso encarregado das exportações para a Coreia do Norte, em violação a sanções internacionais, e que também teriam branqueado fundos por meio das suas empresas.

Mun é acusado de quatro crimes de branqueamento de capitais e dois de conspiração para branqueamento de capitais durante o seu trabalho em Singapura, de acordo com seus advogados. As autoridades não informaram quais mercadorias Mun conseguiu exportar ilegalmente para a Coreia do Norte.

Leia Também: Coreia do Norte rejeita diálogo até que EUA acabem com "política hostil"

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